O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná concluiu por volta das 20h30 desta sexta-feira (19) o trabalho de auditoria de urnas que apresentaram falhas técnicas no primeiro turno das eleições, em 7 de outubro. Com base no resultado da conferência manual dos votos da seção 664, da 1ª zona eleitoral de Curitiba, o corregedor do tribunal, desembargador Gilberto Ferreira, adiantou que não foi constatada fraude ou falha técnica que pudesse alterar a votação e prejudicar o resultado.
“Hoje se cumpriu o que havia sido determinado: a reunião dos auditores para analisar as oito urnas (seis do Paraná e duas de Santa Catarina) e verificar se havia algum tipo de fraude. Os trabalhos transcorreram normalmente”, disse o corregedor. Ele explicou que foi feita uma votação paralela da urna da seção 664, comparando-se a votação feita originalmente com outra feita simuladamente pelos auditores. “Comprovou-se que os dados são rigorosamente os mesmos”, disse. De acordo com o corregedor, os laudos deverão ser entregues pelos peritos já na próxima semana para serem apreciados em sessão da corte do TRE.
As demais urnas também passaram por avaliação, só não houve nesses casos a contagem manual. Foram feitas a conferência externa e interna dos equipamentos, a verificação de lacres, códigos, “hashes” (programa de software), assinaturas, certificados digitais, boletins de urna. A equipe de auditores ainda se reuniu, após o término dos trabalhos, para a elaboração de um relatório final, no qual responderiam aos questionamentos apresentados pelo Partido Social Liberal (PSL). O presidente do TRE, desembargador Luiz Taro Oyama, também confirmou que, pela análise dos boletins de urna, o voto dos eleitores foi registrado e computado.
No Paraná, foram auditadas seis das pouco mais de 26 mil urnas utilizadas. Quatro são da 1ª Zona Eleitoral, das seções 654, 655, 664 e 674. Foram analisadas também uma urna da 9ª zona (seção 292) e uma da 178ª zona (seção 114), além de duas urnas utilizadas em Santa Catarina. Uma delas é da 100ª zona (seção 262) e outra da 84ª zona (seção 225).
A auditoria foi realizada por uma comissão formada por 3 técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – os responsáveis pelas urnas utilizadas pela Justiça Eleitoral em todo o país -, 3 técnicos do TRE-PR, 1 da Polícia Federal e 1 de cada partido com candidato presidenciável, e acompanhada por um grupo de autoridades e membros da sociedade civil. Essa comissão foi formada por representantes da OAB Paraná, do Ministério Público Federal, da Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica, da Comissão de Segurança Permanente, da Superintendência da Polícia Federal no Paraná, da Associação das Emissoras de Rádio e Difusão do Paraná (AERP), de redes de televisão do Paraná e da Associação Paranaense de Imprensa (API).
“Essa verificação é fundamental para que as eleições brasileiras sigam com alto grau de confiabilidade, resultado do trabalho desenvolvido pela Justiça Eleitoral. Os que estão aqui hoje têm em comum o desejo de que as urnas expressem fielmente a vontade do eleitor. Esse é um princípio fundamental do nosso Estado Democrático de Direito”, afirmou Noronha, que também acompanhou o início dos trabalhos. A OAB Paraná esteve representada ainda pela gerente de Tecnologia de Informação da seccional, Jaqueline Almeida, e por um especialista em TI, que acompanhou os procedimentos técnicos.