Na sessão de balística forense do Instituto de Criminalística do Paraná, os peritos criminais precisam dar prioridade para pedidos feitos por juízes, casos de flagrante e réus presos. Enquanto isso, existem armas que aguardam para ser periciadas desde 2004. Esse é um dos problemas provocados pela falta de estrutura e de pessoal no Instituto de Criminalística, que nesta terça-feira (19) recebeu a visita de integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná.
A vistoria deu sequência ao trabalho que começou no Instituto Médico Legal, onde a comissão identificou diversas irregularidades. Na unidade de Curitiba do Instituto de Criminalística, os advogados foram recebidos pelo diretor, Antonio Edson Vaz de Siqueira, pelo chefe da Divisão Técnica do Interior, Marco Aurélio Pimpão, e visitaram todos os laboratórios e sessões de perícia. “Assim como o IML, a Criminalística enfrenta problemas sérios de defasagem de equipamentos”, disse Isabel Kugler Mendes, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná. “Também nos preocupam as condições de trabalho dos peritos, que manipulam produtos tóxicos ou com potencial de contaminação e sequer recebem adicional de periculosidade.”
Na sessão de genética molecular, que realiza exames de DNA, os peritos reclamam da falta de manutenção de alguns equipamentos como a capela de exaustão, máquina responsável por filtrar o ar e evitar a contaminação por produtos reagentes. Na sessão de balística, que também manipula produtos químicos, os funcionários não têm estrutura de laboratório. “A situação do Instituto de Criminalística não é confortável, mas temos boa vontade para corrigir o problema”, afirma o novo diretor, Antonio Edson Vaz de Siqueira. “Fomos uma referência no Brasil e queremos voltar ao status anterior.”
Foto: Zinho Gomes
À esquerda, Isabel Kugler Mendes, em um dos laboratórios do Instituto de Criminalística.