“A OAB Paraná não pretende começar este seminário com um posicionamento favorável ou contrário. Entendemos que é preciso discutir o assunto de forma mais ampla, com mais tempo, com uma tramitação que permita que as questões sejam efetivamente amadurecidas”, afirmou o secretário-geral adjunto da OAB Paraná, Alexandre de Quadros na abertura do Seminário da Reforma Trabalhista, organizado pela Comissão de Direito do Trabalho da seccional para debater as propostas contidas na Lei 13.429/17 e no PLC 38/17 e aberto nesta sexta-feira (26) na OAB Paraná.
“Esta é a casa da advocacia e a casa que dá voz à cidadania. Hoje damos voz à cidadania em matéria de direito do trabalho, para discutir reformas, emprego, relações de trabalho, avanços e retrocessos”, afirmou Quadros, que também transmitiu aos presentes os cumprimentos do presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, ausente em razão de compromisso do Conselho Federal da OAB, em Brasília.
Ao tomar a palavra, o presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas do Paraná, Sérgio Rocha Pombo, ressaltou que apesar da extensão dos temas ligados à reforma e das numerosas questões controvertidas, o foco do seminário é discutir os aspectos que afetam diretamente o exercício da advocacia. “Me preocupam, sobretudo, três pontos. O primeiro diz respeito à sucumbência. O tema é bem-vindo de certa forma, mas não pode transformar bons profissionais em advogados covardes. Outro ponto é a litigância de má fé. Senhores, está claro no Estatuto da OAB que o advogado só pode ser punido pela Ordem. Temos observado decisões de tribunais condenando advogados. Porém entendo que o advogado não pode ser punido desse modo, mas somente em ação própria, tendo assegurada a ampla defesa. É preciso cuidado para não fragilizar a advocacia. Finalmente, o terceiro ponto de atenção é a figura da liquidação dos pedidos da inicial, algo que nem sempre será possível”, afirmou.
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