Rafael Horn apresenta recorte paranaense do perfil demográfico da advocacia brasileira ao Conselho Pleno

O Conselho Pleno da OAB Paraná recebeu nesta sexta-feira (10/7) o presidente em exercício da OAB Nacional, Rafael Horn. Na oportunidade, o dirigente apresentou o recorte dos dados do levantamento da advocacia paranaense obtidos por meio do Perfil Demográfico da Advocacia Brasileira (Perfil ADV). Considerado o maior estudo já realizado sobre a classe no país, a pesquisa encomendada pelo CFOAB à Fundação Getulio Vargas (FGV) entrevistou 20.885 advogados e advogadas.

“Na Ordem somos porta-vozes de 1,4 milhão de advogados. Um dos aspectos mais desafiadores hoje é compreendermos essa realidade. Acredito que esse estudo vai ajudar muito a diretoria no trabalho de representar a advocacia paranaense”, disse Horn ao apresentar os dados.

Horn destacou dados como o que mostra que 31% da advocacia tem até 5 anos de atuação e que mais de 50% têm menos de 40 anos, o que mostra a predominância dos jovens profissionais. Também foi citado o índice que aponta que 51% da advocacia paranaense está no interior e que 56% atua em escritórios.

A área que conta com mais profissionais atuando é o Direito Civil (27%), seguido por família e sucessões (14%) e trabalhista e penal (10%).

A presidente da OAB Paraná, Marilena Winter ressaltou que a realização da pesquisa contou com a participação das subseções e o empenho de seus respecitvos diretores para incentivar o apoio da advocacia.

“Agradecemos muito a Rafael Horn e parabenizamos pelo trabalho que realizou à frente desse levantamento, que resulta em uma ferramenta de gestão muito confiável. Nós aqui no Paraná temos um apreço muito grande por trabalhar com dados na gestão e será muito útil para todos nós”, disse a presidente da seccional.

Visitas

Durante a sessão, estiveram presentes o desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), Andrei Rech, o presidente da Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar), juiz Marcel Ferreira dos Santos, e o juiz Jederson Suzin, ex-presidente da Amapar.

“A advocacia tem posições às vezes antagonicas e o juiz está equidistante para buscar a melhor solução. E a gente aprende muito com a advocacia”, afirmou Santos.

“Concordo integralmente com a pesquisa. É uma luta de todos nós, quem está ali na trincheira do primeiro grau conhece a realidade”, disse o presidente da Amapar sobre a pesquisa. Por outro lado, argumentou que nos últimos anos a política de priorização do primeiro grau determinada pelo Coselho Nacional de Justiça (CNJ) tem surtido efeito. Ele parabenizou os idealizadores do levantamento e afimou que a Ampar está à disposiçãopara dialogar sobre a realidade do Judiciário.

Mais números

De acordo com a pesquisa, a advocacia paranaense representa 6,2% do quadro total dos profissionais brasileiros, ou seja, dos 1.484.439 advogados e advogadas brasileiros, 93.063 profissionais ativos são da OAB Paraná, segundo dados do Cadastro Nacional dos Advogados (CNA). A advocacia paranaense representou 6,3% dos participantes da amostra nacional. Foram coletadas 2.598 entrevistas no Paraná, sendo a amostra final 1.308 entrevistas para esta seccional, após ponderação para readequação dos pesos de variáveis.

Por meio do Perfil ADV foi possível observar leve predominância de homens (50%) enquanto 49% são mulheres. O estudo também apontou que o público masculino na advocacia paranaense é mais velho que o feminino. Na faixa de 60 anos ou mais (que representa 15% do total da amostra), predominam os homens (76%), contra 24% de mulheres.

Em relação à renda familiar, há maior concentração de mulheres nas faixas de renda familiar mais baixas. Entre aqueles entrevistados que declaram renda até 2 salários mínimos, 61% são mulheres e 39% são homens. Já entre os que têm renda acima de 20 salários mínimos, 30% são mulheres e 69% homens.

A representatividade dos pretos mostrou-se maior no segmento masculino. Entre os profissionais que se declaram pretos, 57% são homens e 41% são mulheres. Entre os pardos, no entanto, prevalece o segmento feminino. São 54% de advogadas que se declaram pardas e 46% de advogados pardos.

O segmento “casado(a)/ união estável/ vive junto” é mais expressivo entre eles (57%) que entre elas (43%). Os homens são maioria em relação ao tempo de inscrição. Observando a faixa de “mais de 20 anos” de inscrição na OAB, 38% são mulheres, contra 61% de homens (TABELA 5). Em contrapartida, na faixa de “menos de 3 anos” de inscrição na OAB as mulheres são maioria: 57%, contra 43% no segmento masculino.

Confira a íntegra do estudo aqui.