Psicóloga aponta caminhos para o equilíbrio emocional em tempos desafiadores

Manter o equilíbrio emocional em tempos desafiadores como o que vivemos, com a pandemia de covid-19 resistindo, apesar das ações de prevenção e combate,  não é tarefa fácil. A busca foi tema da palestra proferida pela psicóloga, antropóloga e escritora Susan Andrews no início da tarde desta quinta-feira (12/8), na 7ª Conferência da Advocacia Paranaense, evento 100% on-line e 100% gratuito aberto na noite de quarta-feira (11/8), que está batendo recordes com a inscrição de mais de 12 mil participantes. A presidência de mesa ficou a cargo da advogada Adriana D´Avila Oliveira, coordenadora-geral da ESA. Formada pela Universidade de Harvard, com doutorado pela Universidade de Greenwich em Psicologia Transpessoal,  a americana se radicou no Brasil nos anos 90. Aqui idealizou um programa de redução do estresse e desenvolvimento na empatia na medicina. Susan faz parte do Centro de Medicina Integrativa Mente-Corpo da Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo e é autora dos livros “Stress A Seu Favor” e “A Ciência de Ser Feliz”.

“Estamos em uma crise, palavra que em chinês é representada por dois idiogramas: um quer dizer perigo; outro, oportunidade. O filósofo Friedrich Nietzsche também disse uma frase sempre muito lembrada: o que não me mata, me fortalece”, frisou a psicóloga ao abrir sua apresentação. Susan ressaltou que as crises podem trazer crescimento se forem encaradas com a atitude correta e destacou que a medicina já identificou idosos com mais de 85 anos — os superagers — com cognição equivalente à de pessoas com 25 anos. “Para tanto é preciso exercitar o cérebro, sair da zona de conforto, indo ao limite dos fatores estressores. Isso proporciona saltos quânticos em nosso desenvolvimento mental”, recomendou.

Susan, no entanto, fez um alerta quanto ao estresse continuado, mencionando estudos do campo da psicologia evolutiva que partem do padrão lutar ou correr, respostas que fizeram a humanidade preservar a vida ao longo dos milênios. “Hoje não enfrentamos tigres dente-de-sabre, mas acompanhamos o noticiário, temos lidado com o home-office, as crianças sempre em casa. Os fatores estressores são psicosociais. Nosso sistema libera adrenalina, substância que nos salva a vida em momentos de perigo. Contudo, em bases diárias, a crônica ativação do sistema nervoso simpático pela adrenalina gera as mais variadas doenças. O mesmo se dá com o hormônio cortisol”, citou.

Pausas

“Temos de saber dar pausas para não sermos vítimas da depressão e do estresse. A pausa entre momentos estressores nos faz retomar o bem-estar interno. Não é preciso passar semanas em um spa. Bastam alguns minutos de relaxamento para fazer os batimentos cardíacos e a pressão baixarem. O ponto central é: se vamos enfrentar as situações desafiadoras, precisamos saber nos auto-regular. A primeira dica básica é controlar a respiração. É preciso aprender a respirar pelo diafragma, profundamente”, aconselhou, enumerando pesquisas que atestam a contribuição da boa respiração para a redução do estresse e o fortalecimento do sistema imunológico. Susan encerrou sua apresentação com um exercício prático de auto-controle.