Propostas de João Arruda são apresentadas durante sabatina com candidatos na OAB

Na segunda noite de sabatinas com candidatos a governador promovida pela OAB Paraná, o terceiro candidato a responder as perguntas da advocacia foi João Arruda, do PMDB. Assim como os demais concorrentes ao cargo, ele foi recebido pelo presidente da seccional, José Augusto Araújo de Noronha, responsável pela mediação da sabatina.

“Essa é uma casa democrática que acolhe todos os candidatos, de todas as linhas de pensamento. Nossa função é acolher, ouvir e deixar que todos possam escolher o seu voto da forma mais democrática possível”, disse Noronha.

Todos os concorrentes ao cargo no Paraná foram convidados pela OAB e serão sabatinados até amanhã (19), com exceção do candidato Ogier Buchi (PSL), que cancelou sua vinda horas antes, na segunda-feira, por motivos de força maior. Todas as sabatinas têm sido transmitidas em tempo real, no perfil da OAB Paraná no Facebook. Os vídeos também vão para o canal da seccional no Youtube.

João Arruda iniciou sua participação elogiando a atuação da Ordem dos Advogados em atividades que promovem o amadurecimento de ideias, de propostas e  a conscientização política. Lembrou que esteve várias vezes na OAB Paraná para discutir projetos de lei federal, como o relacionado ao Simples Nacional. Sobre sua proposta de governo, explicou que está centrada em sete eixos: desenvolvimento social, desenvolvimento econômico, gestão, cidades, saúde, educação e segurança. Também adiantou que, se eleito, reduzirá o número de secretarias. Disse que uma de suas preocupações é reduzir o endividamento e aumentar o poder de compra das famílias paranaenses. “Quando todos pagam menos, o governo arrecada mais”, declarou.

Educação

O candidato foi perguntado sobre os dados das folhas de pagamentos das universidades estaduais, que invocam sua autonomia para não divulgar tais informações. João Arruda defendeu a divulgação plena e fez referência ao projeto da nova lei de licitações, do qual é relator. “Estabeleci isso como regra”, afirmou. Arruda propõe parcerias com os observatórios sociais para que os cidadãos possam acompanhar os investimentos e a aplicação de recursos públicos. Destacou que as universidades devem cumprir o seu papel de contribuir na implantação de políticas públicas, especialmente nas pequenas prefeituras.

Perguntado se manteria o programa Mãe Paranaense, de combate à mortalidade materna e  neonatal, afirmou ser um bom programa, porém considera que não tem sido implantado com eficiência. “Quero evoluir num programa voltado à primeira infância, inclusive com trabalho pedagógico em relação aos pais”, completou.

Arruda foi questionado sobre medidas que possam impedir que os presídios sejam tomados por facções criminosas. Ele respondeu que no governo do PMDB foram construídas14 penitenciárias e que pretende construir novas unidades, utilizando recursos do governo federal que estão disponíveis, mas foram perdidos nos últimos anos. Para Arruda, é viável, num primeiro momento, construir um sistema carcerário para os presos provisórios, para que possam ser tratados com mais dignidade. Propôs também investimentos na polícia civil.

Cultura

O incêndio do Museu Nacional foi citado como exemplo de descuido com o patrimônio e João Arruda disse que um governador deve ter sensibilidade para tratar dessa questão, respeitando a história e as tradições paranaenses. Ele relatou projetos dos quais participou, como deputado federal, visando a recuperação de prédios históricos do Litoral do Paraná. Pretende incrementar o turismo e criar no Litoral um terminal de navios de passageiros. “As atividades culturais também precisam acontecer nas escolas”, lembrou.

Questionado sobre o apoio à agricultura familiar, disse que o governo pode ser avalista de programas de apoio ao pequeno agricultor, de forma que ele também tenha acesso a equipamentos e possa produzir com mais eficiência. Mas falou também sobre o  agronegócio e a necessidade de se fazer investimentos em infraestrutura, como por exemplo, a melhoria no acesso ao Porto de Paranaguá.

Sobre a modernização da ferrovia que leva ao Porto de Paranaguá, disse ser a favor de uma  linha férrea que passe pelo Oeste do estado, mas considera que o projeto ainda não é economicamente viável, segundo informações que teria recebido das empresas e do setor do agronegócio.

Gestão pública

Na questão sobre gestão pública, defendeu o estabelecimento de critérios na ordem de pagamentos como uma das formas de combater a corrupção. Também garantiu diminuir o número de cargos comissionados, nomeando para essas funções pessoas preparadas tecnicamente. “Os cargos comissionados deverão ser estratégicos para o funcionamento da máquina”, disse.

João Arruda falou ainda sobre mais investimentos em obras de saneamento, quando perguntado sobre o tema do meio ambiente. Quando questionado sobre um assunto importante para a advocacia, que é o uso dos depósitos judiciais para pagamento de precatórios, o candidato avaliou que a medida deve ser analisada com muito critério. “Não tenho uma posição clara. Aquilo que o Judiciário pede como cumprimento da lei, vamos cumprir”, respondeu.

Nas considerações finais, João Arruda se colocou como o real candidato da oposição ao atual governo. “O Congresso Nacional foi uma escola. Comissões que presidi, estudos que fizemos de projetos e condições econômicas dos estados, parcerias com especialistas em Direitos Administrativo e Finanças, governadores, prefeitos, me deram bagagem para assumir esse desafio. Me coloco como candidato de oposição, com um projeto diferente do que está aí”, afirmou.

Cronograma
Amanhã (19), a partir das 18h, serão sabatinados quatro candidatos: Geonísio Marinho (PRTB), Ivan Bernardo (PSTU), Priscila Ebara (PCO) e Cida Borghetti (PP).

Como nos dois primeiros dias, cada candidato terá 10 minutos iniciais de fala para apresentar suas propostas, 45 minutos para responder às questões formuladas previamente e escolhidas por sorteio e mais cinco minutos para considerações finais.

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