A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entra em vigor neste ano, foi o tema do projeto mais bem classificado na etapa do Global Legal Hackathon (GLH) realizada na OAB Paraná no último fim de semana. A equipe I SAW levou o primeiro lugar com a criação de software para fazer uma varredura em sites e realizar a adequação à nova lei, identificando se está ocorrendo coleta de dados sem consentimento do usuário. A edição deste ano também contou com um projeto de inclusão feminina, que teve como destaque a equipe Hera, com um projeto de compliance feminino para empresas.
As duas equipes vão concorrer na semifinal, que será on-line, com um pitch (breve apresentação dos projetos criados) em vídeo e slides (pitch deck) com o projeto, que devem ser enviados até 22 de março para a organização mundial do GLH. Nessa etapa, eles disputam com os vencedores de todas as cidades do mundo onde a competição foi realizada. No Brasil, o evento foi realizado em 12 cidades. Os selecionados vão participar da final, que será realizada em Londres, no mês de maio.
A diretora de comunicação da comissão, Mariana Faria, que esteve à frente da organização do evento de 2020, ressalta como essa edição atraiu novos interessados. “Este ano o evento contou com muitos participantes que jamais tiveram contato com um hackathon. Foi impressionante ver o quanto eles se desafiaram a aprender rapidamente com o apoio de uma rede de mentores muito qualificada, que acelerou o processo. A cada rodada de mentoria, a evolução dos projetos era significativa”, descreve a advogada. No total, foram 48 participantes, divididos em 6 equipes. Eles contaram o apoio de 40 mentores.
Para Mariana, é destaque a possibilidade de se colocar em prática os projetos. “O maior ganho desse tipo de evento é mostrar que cada um pode sim tirar um projeto do papel, sair da ideação ao desenvolvimento”, conclui advogada.
Os três primeiros times classificados nesta etapa receberam prêmios de R$ 2 mil, R$ 3 mil e R$ 5 mil. A segunda posição ficou com a equipe Monitora, que criou uma plataforma que fiscaliza o cumprimento das obrigações em contratos ao identificar riscos de inadimplemento para os gestores de departamentos jurídicos internos atuarem ao tomarem decisões.
Em terceiro lugar, a MVParter criou uma plataforma que auxilia escritórios e advogados que atuam no atendimento jurídico de startups. A ideia é facilitar o acesso aos principais documentos jurídicos de uma empresa desse tipo.
Referência no país
“A realização de mais um Global Legal Hackathon é importante porque reafirma o compromisso da OAB em estar na vanguarda das discussões de tecnologia em direito. A Ordem é pioneira nesse tipo de iniciativa, foi a primeira a realizar um hackathon de law techs em 2016 e vem testando vários formatos de eventos ao longo dos anos”, afirma Rhodrigo Deda, presidente da Comissão de Inovação e Gestão da OAB Paraná. “Esse conjunto de iniciativas faz com que a comunidade de advogados paranaenses conectados com a tecnologia venha se desenvolvendo e se tornando referência no país”, observa o advogado.
Em 2019, a equipe Dr. Rui, competidora do GLH de Curitiba, chegou à final, que foi realizada em Nova York, com um projeto de automatizando o peticionamento nos Juizados Especiais.