Uma das duas mulheres a pleitear a cadeira de chefe do Executivo do Paraná, a candidata Priscila Ebara, do PCO, participou da sabatina organizada pela OAB Paraná nesta quarta-feira (19/9). Como os demais concorrentes ao cargo, ela foi recebida pelo presidente da seccional, José Augusto Araújo de Noronha.
Todos os postulantes ao cargo de governador do Paraná foram convidados pela OAB para a série de sabatinas, aberta na segunda-feira (17). Somente Ogier Buchi (PSL) deixou de comparecer. As sabatinas têm sido transmitidas em tempo real, no perfil da OAB Paraná no Facebook. Os vídeos também vão para o canal da seccional no Youtube.
Depois da apresentação inicial, Priscila respondeu às questões da advocacia durante 45 minutos. As perguntas, previamente formuladas, foram sorteadas durante a sabatina.
A candidata se apresentou como professora de artes, esposa e mãe, veio acompanhada pela filha de quatro anos para a sabatina. Ela disse que está participando das eleições para exercer um direito democrático, mas que denunciao pleito deste ano como uma fraude, devido à impossibilidade de participação do ex-presidente Lula. “Para que estão servindo essas eleições?”, questionou Priscila.
Educação
Questionada sobre corte de bolsas para o pesquisadores e como seria o fomento à pesquisa em seu governo, a candidata fez críticas às últimas decisões do atual governo. “A tendência é piorar. Mais forte e contundente do que eu falar o que a gente pretende fazer, é se mobilizar para derrubar o governo que está e que vai continuar”, disse a candidata, que definiu como “política de terra arrasada”.
Em relação à saúde, diante da pergunta sobre a construção de novos hospitais, ela defendeu a estatização de todos os hospitais e escolas, com gestão tripartite, feita pelos funcionários, professores e alunos. Ela lembrou que os cortes para a saúde já estão anunciados para o próximo e apostou de que, independentemente de quem seja eleito, a tendência é piorar.
Sobre segurança pública e medidas para reverter a sensação de insegurança, Priscila Ebara defendeu a dissolução da Polícia Militar e formação de milícias comunitárias, em que as pessoas se defenderiam em suas comunidades. Ela criticou ainda a forma como a população é tratada. “As pessoas estão totalmente desamparadas. A população trabalhadora e discriminada não tem recursos”, disse a candidata. Ela defendeu o armamento. “Não defendemos o armamento da população rica ou da população ‘de bem’ contra a ‘população do mal’. Defendemos principalmente o armamento da população trabalhadora da cidade e do campo”, disse Priscila.
A candidata também falou que uma das propostas seria a revisão de todos os processos de presidiários, especialmente as pessoas que estão em prisão provisória. “Não sei se tem pessoas presas que não sejam pobres, mas é preciso olhar principalmente para os pobres e negros, muitos deles presos por tráfico”, observou.
Ao ser perguntada sobre investimentos em cultura, com menção à crise na Orquestra Sinfônica do Paraná, a candidata foi categórica: “Se não tem dinheiro para a saúde e para a educação, a gente nem precisa ser muito gênio para saber que não haverá dinheiro para cultura”, lamentou.
Sobre regularização fundiária, ela lembrou que seu partido tem uma proposta comunista. “Nosso plano é a expropriação de latifúndio”, disse.
A candidata também fez críticas ao sistema que, segundo ela, mantém a corrupção, à a estrutura “dos partidos burgueses que têm os corruptos mais corruptos, aqueles que nunca são pegos”.
Contexto
Priscila Ebara disse estar preocupada com o contexto do país e que gostaria de usar o espaço para fazer um desabafo e um aviso. “Vai existir um golpe militar e temos que estar organizados. Nós como partido, outras entidades, vocês como OAB”.
Ela reconheceu sua candidatura como uma oportunidade para se colocar e protestar: “Nós não temos a ilusão de que vamos ganhar. Temos a certeza de que não vamos ganhar eleição nenhuma”, declarou, explicando que o objetivo é apresentar o projeto de seu partido e se posicionar contra decisões que vêm sendo tomadas no Brasil.
Priscila Ebara finalizou dizendo que está pensando no pós eleição. “Sou uma militante, mas estou candidata”, disse e desejou sorte a todos. “As eleições vão acabar, mas nossa vida não”, concluiu a representante do PCO.
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