A presidente da OAB Paraná, Marilena Winter, participou na manhã desta quarta-feira (31/8) de um debate sobre políticas públicas de proteção às mulheres na Casa da Mulher Brasileira em Curitiba. O evento contou com a presença da secretária nacional de enfrentamento a violência contra mulheres, Denise Motta Dau, que está na cidade desde o início da semana, tendo participado na segunda-feira (29/7), assim como a presidente da OAB Paraná, de uma apresentação sobre a Operação Mulher Segura na sede da Secretaria de Segurança Pública.
A reunião na secretaria abordou a necessidade de capacitação especializada para profissionais que lidam com casos de violência doméstica. Os participantes debateram sobre a implementação de novas tecnologias para melhorar o monitoramento e o atendimento das vítimas. O objetivo é tornar o sistema de atendimento mais ágil e eficiente.
O encontro desta quarta-feira contou também com as presenças da secretária de estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), Leandre Dal Ponte, e da coordenadora da Casa da Mulher Brasileira de Curitiba, Sandra Prado.
Ritmo lento
“No que diz respeito ao enfrentamento da violência contra a mulher, a OAB Paraná procura estar sempre ao lado de todas as políticas públicas, seja na esfera municipal, estadual ou federal. Falo aqui também pelo nosso Conselho Federal. Somos, nesse debate, representantes da sociedade civil. Recentemente o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que, a ser mantido o ritmo atual, levaremos três séculos para alcançar a efetiva igualdade entre homens e mulheres”, disse Marilena Winter.
A advogada reconhece que há um esforço de enfrentamento, mas defende uma visão mais holística da questão. “Temos visto tantas ações efetivas e contado com as pessoas aqui presentes, cada uma delas um ponto importante nesse movimento de transformação. Apesar disso, no Brasil uma mulher é estuprada a cada 8 minutos. Por isso cabe reforçar a ideia de uma inteligência coordenada para tratar desse problema.”
Múltiplas violências
“Como já se falou aqui, são múltiplas as violências contra a mulher, pois sabemos das muitas interseccionalidades. A convergência dos Poderes, do Ministério Público, a Defensoria Pública, as polícias é uma notícia alvissareira para que consigamos resultados efetivos. Não é possível seguir com a realidade dramática de hoje. Estamos em pleno século 21 e as mulheres, que compõem mais da metade da população mundial, ainda vivem sob extrema vulnerabilidade. Reitero que podem sempre contar conosco nessa missão”, acrescentou a presidente da OAB Paraná.