O presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, recebeu nesta segunda-feira (21), na sede da Seccional, o diretor executivo do Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa (Unitar), o equatoriano Alex Mejía. A Unitar, criada em 1963 pela Assembleia Geral da ONU e com sede na Suíça, atua em todo o mundo para desenvolver capacidades de indivíduos, organizações e instituições na luta contra a pobreza.
Alex Mejía participou pela manhã do 3º Fórum de Transparência e Competitividade, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná, com quem a Unitar mantém um dos seus núcleos de treinamento (Cifal Curitiba). O diretor explicou que, além do componente da capacitação, o instituto internacional também tem o objetivo de pesquisa e investigação de políticas públicas bem-sucedidas, para disseminá-las e levá-las a outros lugares.
Dois projetos do Cifal Curitiba foram destacados como os mais interessantes pelo representante das Nações Unidas. Um deles é o observatório sobre as ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável). “Este é único no mundo, porque avalia o processo de desenvolvimento do país e observa o que cada estado da federação está realizando em termos de educação, saúde, infraestrutura, igualdade de gênero, etc. Não vi nada parecido em outro país”, disse.
Outro projeto inovador, segundo Mejía, é justamente o fórum de transparência e competitividade, criado pela Fiep e Unitar. “É um diálogo para que a sociedade civil possa ouvir como se luta contra a corrupção, qual o seu custo e como ela afeta a competitividade”, explicou.
Análise
Numa análise da situação brasileira, Mejía disse que o Brasil, na América Latina, é sempre visto como o irmão maior. “Esta é uma alegoria, mas é verdade. O Brasil sempre dá exemplo, seja bom ou mau. Seus atuais problemas políticos são um chamado de atenção para o continente”, alertou. Segundo ele, o Brasil tem um nível de desenvolvimento alto, é um país rico, com grande capacidade empresarial, mas que está passando por uma crise existencial. “Essa crise é também uma oportunidade, porque o Brasil fez algo que não fez o México, nem a Colômbia – decidiu analisar as entranhas da corrupção, o que é muito doloroso.”
Sobre a visita à OAB, Mejía afirmou que a reunião foi muito produtiva. “Esta instituição tem um trabalho particular, porque o advogado é um dos pilares da sociedade. Entre o que faz o aparato judicial de um Estado e o que faz o advogado representando o cidadão, tem algo que se chama ‘império da lei’. Assim, queria agradecer e felicitar esta organização”, finalizou.
Participaram também do encontro a presidente da Comissão do Pacto Global da OAB Paraná, Jaqueline Lobo da Rosa, e a representante do Cifal Curitiba – Projetos de Articulação Estratégica e Inovação Social, Priscila da Paz Vieira.
