A polícia civil de Umuarama considera elucidado o caso da morte da advogada Jaqueline Soares dos Santos, no último fim de semana. Vestígios de sangue em roupas e no veículo do ex-marido de Jaqueline, Jean Michel de Souza, além de outros indícios, apontam que o autor do crime é ele, de acordo com a Polícia Civil. A OAB Paraná emitiu nota lamentando a morte de Jaqueline e de seus pais.
Para o presidente da seccional tudo indica que houve um feminicídio e dois homicídios. “Acompanharemos as investigações e o processo, pois além de termos como vítima uma colega, há, novamente, um triste e repudiável crime de violência de gênero. É preciso ampliar o trabalho de conscientização contra a violência em relações conjugais. As mulheres são as maiores vítimas e esse problema social deve ser encarado por toda a sociedade como um mal que somente será extirpado da convivência social, através da compreensão de que nos dramas de relacionamento, além do respeito à dignidade e à vida do outro, é preciso, por vezes, buscar ajuda psicológica e que atos brutais, com emprego da força e violência de gênero não podem ser tolerados. É preciso conscientizar mais e mais. A punição nestes casos deve ser exemplar, para desencorajar outras situações de criminalidade por violência contra as mulheres, por isso estaremos acompanhando todo o desenrolar dos fatos e a ação penal, inclusive, se necessário, com assistência à acusação”, disse Cássio Telles.
A vice-presidente da OAB-PR, Marilena Indira Winter, lamentou o crime: “Estamos diante de um episódio chocante, de extrema brutalidade e prestamos toda nossa solidariedade aos familiares e amigos das vítimas. Evidentemente, esperamos e confiamos na pronta solução do caso e na punição do(s) criminoso(s), dentro da legalidade”, disse Marilena. “Mas, acima de tudo, esse triste episódio nos coloca em alerta. Cada vez mais precisamos nos mobilizar, enquanto sociedade, para extirpar essa violência patológica da nossa realidade. Conhecer o problema com profundidade, entender os sinais de risco, construir uma forte rede de prevenção, e de apoio para quem pressentir a ameaça. O grande problema da violência doméstica é que a ameaça e, em muitos casos, o pior acontecem dentro de quatro paredes, entre pessoas que preservam sua intimidade e não revelam o problema em curso, e ninguém consegue ajudar, ou evitar o pior. A OAB Paraná vem atuando nessa linha da prevenção e pretendemos mobilizar ainda mais a advocacia e a sociedade para enfrentarmos esse mal”, concluiu a vice-presidente da seccional.
O caso está sendo acompanhado pela subseção de Umuarama, desde os primeiros momentos. O presidente da Subseção, Ricardo Janeiro, nomeou uma comissão composta pelos advogados Alessandro Dorigon, Franciellen Carvalho, Danilo Valero e Bruna Scremin para acompanhar a apuração dos fatos. Janeiro disse que Jaqueline era uma jovem advogada, com cerca de cinco anos de inscrição e que se dedicava muito ao atendimento das pessoas humildes, por meio da advocacia dativa. “Estamos tristes e chocados com esse bárbaro crime. Nosso apoio aos familiares na elucidação e punição do criminoso será incondicional, pois crimes como este causam revolta e devem ser punidos com rigor, claro, sempre respeitando o devido processo legal. É lamentável ver que ainda há muito para ser feito, no respeito às mulheres, para se evitar a violência de gênero. Essa é uma causa pela qual a OAB luta constantemente, queremos paz e respeito no convívio familiar”, conclui o advogado.