A advogada Gisele Alessandra Szmidt é a primeira mulher trans a presidir uma comissão na OAB Paraná. Ela estará à frente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero no triênio 2022-2024. A nomeação foi divulgada no Diário Oficial da OAB nesta sexta-feira (29).
“Nossa gestão é o marco de um novo tempo que a advocacia vem vivenciando e a presença da dra. Gisele como uma liderança, entre os presidentes e as presidentes de comissão, faz parte disso. Dar espaço para ela é dar espaço para advogadas e cidadãs que ainda são muito pouco ouvidas. Sem dúvidas é um passo importante, o primeiro de muitos que ainda precisamos e vamos dar”, diz a presidente da OAB Paraná, Marilena Winter.
“Acredito que a advocacia paranaense está entrando em uma nova fase, primeiramente pela eleição da dra. Marilena Winter para comandar a OAB Paraná e, conjuntamente, a minha nomeação para presidir a CDSG. Trata-se de uma grande quebra de paradigmas e que nos leva a uma era de diversidade e inclusão, trazendo um viés feminino para classe e buscando a promoção e a defesa de direitos inerentes ao Estado Democrático de Direito”, celebra Gisele. “No que concerne a mim, advogada e mulher trans, estou ocupando um espaço que historicamente não é reservado a uma pessoa trans, já que dificilmente conseguimos nos inserir em profissões que exigem uma maior capacitação, considerando que para isso é necessário que se tenha formação acadêmica e que o aprendizado é árduo e o ambiente escolar, normalmente, é inóspito para minorias, situação que se potencializando no caso das pessoas trans. Sofremos intenso bullying e somos verdadeiramente expulsas da escola, o que invariavelmente nos segrega à não capacitação profissional”, relata a advogada.
Gisele considera histórico o ato de sua nomeação e quer trabalhar para estar à altura. “Pretendo colaborar para que a gestão dessa presidência seja magnifica, além da visibilidade positiva às pessoas trans, espero que minha condição de mulher trans, advogada, presidente de uma comissão da OAB Paraná seja fonte de inspiração à toda uma geração de pessoas trans ou minorias que, neste exato momento, estão tentando estudar ou se inserir plenamente em contexto social segregacionista”, reflete a presidente da Comissão.