O conselheiro federal Flávio Pansieri considera a possibilidade de os advogados ouvirem-se uns aos outros, ainda que discordem entre si, um dos grandes destaques da conferência. “Temos uma oportunidade grande de diálogo e de compartilhamento de posicionamentos e visões”, afirma. Para Pansieri, a conferência serve para renovar a crença nos direitos e garantias fundamentais contra desvios que pretendam ultrapassar os limites da Constituição.
“Também estou feliz por estar aqui nesta primeira edição em que o evento leva o nome de Conferência da Advocacia, como resultado de uma proposta que tive a alegria de apresentar e ver aprovada”, completa o advogado.
A conselheira estadual Melina Fachin destacou o papel propositivo do evento e a opção do Conselho Federal por marcar a questão de gênero no nome Conferência Nacional da Advocacia. “Somos hoje quase mais mulheres que homens exercendo a advocacia, então é fundamental que a conferencia reflita isso. Acho que isso é um dos grandes méritos dessa edição. É um evento lúcido de seu tempo, de muitas das crises que vivemos e sobretudo da advocacia. Além de discutir a crise, buscamos caminhos e reconhecemos a responsabilidade que tempos nisso”, disse.
Rogério Botelho, integrante do Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da OAB Paraná, também destaca a possibilidade de encontro proporcionada pela conferência. “O momento mais marcante foi desagravo coletivo da terça-feira (2*/11), mesmo dia em que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a proposta de criminalização do desrespeito às prerrogativas”, avalia.
“A maior vantagem deste tipo de encontro são as trocas de experiências. Eu tenho passado por todos os estandes e conversado com colegas de outros estados sobre os problemas que enfrentam em suas seccionais. Tenho focado nesta troca de experiências e conhecimentos”, afirmou o presidente da OAB Ivaiporã, Luiz Henrique Maciel Branco.
Para o presidente da OAB Palotina, Cleverton Cremonese, a reunião foi propícia para debater os temas mais relevantes para a advocacia e para a sociedade, ressaltando a receptividade e acolhimento da seccional paranaense. “Levo para Palotina as reflexões sobre o problema que estamos vivenciando em relação à questão normativa do Estado, em relação aos valores e às mudanças de paradigma no STF”, disse.
O presidente da OAB Paranavaí, Anderson Donizete dos Santos, enalteceu a qualidade dos debates. “O que a gente leva é o aprendizado propiciado pela rica troca de experiências que estamos tendo a oportunidade de vivenciar. A palestra da reforma trabalhista, por exemplo, foi excepcional”, opinou.
Esta é a quarta Conferência Nacional da qual o diretor da Caixa de Assistência dos Advogados (CAA-PR), José Carlos Dias Neto, participa. “Acredito que este encontro se destaca pelo momento político que o Brasil vive. Os painéis foram de extremamente relevantes para toda a advocacia. O recado que deixamos é que estamos sim no combate à corrupção, mas respeitando o devido processo legal e não atropelando as coisas. Fazendo justiça e não sendo justiceiro”, sustentou.
“Sou todo elogios”, disse Eurolino Reis, integrante da Comissão da Advocacia Criminal, para quem painéis e os debates estão muito profícuos. “O Conselho Federal e a seccional paulista merecem também elogios pela organização”, diz.
O conselheiro estadual Ricardo Escher, ex-presidente da OAB Araucária, apontou o espaço multiuso dos painéis como uma vantagem da conferência. “Eu estava assistindo a um painel quando vi, no telão de outro, vizinho, uma informação que me chamou a atenção, sobre o Direito de Lage, previsto agora no Código Civil”, relatou, explicando que a divisão de matrículas de um imóvel permitirá, por exemplo, que uma família que mantém um comércio no andar térreo e sua casa no andar de cima poderá, por exemplo, obter empréstimos para o negócio com mais facilidade, uma vez que os bancos têm a garantia do imóvel comercial sem vínculo com a moradia.