A abertura solene do Fórum Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na noite de quarta-feira (28/8), teve como mestre de cerimônias a advogada Adriana Teixeira Bezerra, que tem sequelas de paralisia cerebral no desenvolvimento motor e da fala. A missão foi encarada com naturalidade pela advogada que, ao final, agradeceu: “Obrigada por me ajudarem a derrubar minhas barreiras”.
Vice-presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Adriana Bezerra conta que a comissão estava tratando dos últimos detalhes para o evento e precisou definir quem seria o mestre de cerimônias. Como estaria na mesa de abertura conduzindo os trabalhos, assim como a secretária da comissão, o presidente Walney Subtil prontamente sugeriu o nome de Adriana.
“A nossa preocupação era que o mestre de cerimônias soubesse o contexto do projeto Juntos reduzimos barreiras e também a importância daquele evento e do lançamento dessa campanha”, conta Adriana. Ela já tinha exercido essa função num evento interno para funcionários da OAB, mas num evento aberto foi a primeira vez.
“Fiquei meio assim, mas depois eu vi que era importante, pois estávamos falando da campanha que mostra que juntos reduzimos barreiras. Quando você vai para um evento, nunca espera que o mestre de cerimônias seja alguém com dificuldades na dicção. Sempre é uma pessoa com uma dicção bonita e perfeita. Então, quisemos mostrar que, juntos, a plateia podia me auxiliar e ter a compreensão para que eu estivesse ali fazendo o cerimonial. Muitas barreiras não são só as pessoas com deficiência que podem ultrapassar. Elas precisam necessariamente da sociedade”, enfatiza Adriana.
Para a advogada, o gesto não representa uma superação e sim uma “vitrine”, para mostrar para a sociedade que “basta a sensibilidade necessária para que as pessoas com deficiência consigam mostrar o seu potencial. E com a sensibilidade, o seu potencial pode ser tão igual ou ainda maior do que o de uma pessoa sem deficiência”, diz.
Ao comentar sobre as políticas de inclusão, Adriana Bezerra tem uma avaliação positiva. “Ainda há muito a ser feito, mas muitas barreiras já foram superadas. Porém, a política de inclusão no ambiente da OAB, a respeito dos profissionais com deficiência, está muito além do que se observa na sociedade. A OAB vem realmente efetivando e valorizando o profissional com deficiência”, afirma a advogada.