Aproximadamente 40 pessoas participaram da reunião desta quinta-feira (21), na sede da OAB Paraná, entre a Comissão de Direitos Humanos e familiares dos presos da Penitenciária Central do Estado, para repassar novas informações sobre a situação do presídio após a rebelião da semana passada. A comissão apresentou uma listagem recente, divulgada pelo Departamento Penitenciário, com nomes de 71 detentos que já foram removidos para outros locais desde o dia do motim (14 de janeiro). É o caso dos presos feridos que tiveram que ser encaminhados para o Complexo Médico Penal, para a Colônia Penal Agrícola, outros estabelecimentos prisionais, e inclusive alguns que foram colocados em liberdade ou em liberdade condicional.
Na oportunidade, os parentes manifestaram a preocupação com a falta de notícias sobre os presos, as condições físicas do presídio e o tratamento que estão recebendo. Algumas pessoas disseram que fazem vigília no local durante a madrugada e ouvem tiros e gritos de dentro do presídio. As famílias também estão preocupadas com a informação de que 700 presos estão abrigados no pátio, apenas sob uma cobertura, já que grande parte das galerias foi destruída na rebelião.
De acordo com o vice-presidente da Seccional, César Augusto Moreno, a OAB vai apurar as denúncias e levar as reivindicações dos familiares ao governo do estado. Desde a rebelião, representantes da Comissão de Direitos Humanos têm ido até à PCE para averiguar as condições do local. César Moreno disse que o Conselho Pleno da OAB aprovou criação de uma comissão para acompanhar a situação e também verificar as condições para a reativação do antigo presídio do Ahú. O Ministério Público e o juiz da Vara de Execuções Penais serão chamados a participar desse trabalho. “Este presídio já foi desocupado porque suas condições eram inadequadas. Vamos verificar, nesse momento de emergência, se as suas instalações têm condições de receber os presos”, disse.
Participaram da reunião ainda a secretária-geral adjunta da OAB Paraná, Juliana Colle, a presidente da Comissão de Estabelecimentos Prisionais, Lúcia Beloni Corrêa Dias, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cléverson Marinho Texeira, a secretária da Comissão, Isabel Kugler Mendes, e integrantes da comissão.