A Ordem dos Advogados do Brasil protocolou nesta segunda-feira (28/3) um pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff. Acompanhado por centenas de advogados, conselheiros federais e presidentes de seccionais, o presidente do Conselho Federal, Claudio Lamachia, afirmou se tratar de uma decisão respaldada pelos dirigentes nacionais eleitos por quase um milhão de advogados em todo o país.
"A partir de uma ampla consulta com as 27 seccionais da Ordem em todo o país, o Conselho Federal da OAB se debruçou sobre elementos técnicos. Tivemos uma reunião de mais de 10 horas e, a partir dessa decisão, ajuizamos nesta tarde o pedido de impedimento da presidente", afirmou Lamachia em referência à sessão extraordinária realizada em Brasíia no dia 18 de março. "A decisão do Pleno Conselho Federal não nos traz qualquer motivo para comemoração. Gostaríamos de estar a comemorar o sucesso de um governo, com êxitos na educação, na saúde, na segurança e na justiça social para todos", completou.
Lamachia explicou ainda que a OAB não é governo nem oposição, tendo como norte os cidadãos. "A OAB aponta as pedaladas fiscais, as renúncias fiscais ilegais em favor da Fifa e a intenção de favorecer um aliado, alvo de investigação judicial, atribuindo-lhe as prerrogativas de ministro de Estado. São razões técnicas, pois a Ordem tem noção de que não pode se envolver na política partidária e nas questões ideológicas. Nosso partido é o Brasil", declarou.
O presidente nacional ressaltou também que a classe não está dividida. "A sociedade precisa entender de forma clara que a categoria não está dividida. A Ordem teve decisão nacional, que passou por todos os estados. Tivemos apenas um voto negativo, sendo que 26 seccionais manifestaram-se a favor. A decisão é absolutamente técnica e democrática", assegurou.
Serenidade
Quanto à confusão que houve no Congresso Nacional, entre grupos favoráveis e contrários ao impeachment, Lamachia fez uma apelo: "A OAB conclama a sociedade brasileia para que tenha calma, que produza manifestações com tranquilidade e serenidade, sem qualquer forma de violência. Vivemos, sim, uma crise, mas uma crise que deve ser superada a partir do funcionamento célere das nossas instituições. Aguardamos respostas do Poder Judiciário e do Congresso Nacional. Precisamos de manifestações pacíficas, ordeiras e sempre comprometidas com a democracia e o Estado de Direito", exortou.
Leia aqui o pedido protocolado pela OAB
Foto: Eugenio Novaes/CFOAB