As boas práticas docentes e de valorização profissional no âmbito da Educação Jurídica do estado foram premiadas nesta sexta-feira (11) com o Prêmio Aloísio Surgik. Sete iniciativas de instituições de ensino superior receberam a premiação da OAB Paraná nas categorias Ensino, Pesquisa e Extensão.
Coordenada pelas Comissões de Ensino Jurídico e de Estágio e Exame de Ordem, a iniciativa tem o objetivo de identificar, reconhecer e disseminas práticas que contribuam para a melhora da qualidade do ensino do Direito. A sessão contou com as presenças de Ana Maria e Ana Carolina Surgik, esposa e filha do docente que formou e inspirou gerações.
“Acredito que todos aqui presentes foram alunos do professor Aloísio Surgik. Quase todos temos uma história para contar”, destacou o secretário-geral da seccional, Rodrigo Rios, que conheceu Surgik em 1982, em um evento acadêmico sobre o Direito Romano e suas relações com o mundo atual. “Nós, que à época tínhamos 18 anos, ficávamos absortos com o conhecimento e a paixão que ele tinha pelos institutos”, relembrou.
Ao lado de nomes como Sansão José Loureiro, Francisco Muniz e Egas Dirceu Moniz de Aragão, Aloísio Surgik foi um referencial para muitas gerações, frisou Rios. “O que resta são sempre os valores de justiça, de solidariedade e de tolerância. Esses valores têm seu acento na ética, e essa geração passou para nós esses valores”, disse.
A vice-presidente da OAB Paraná, Marilena Winter, também foi aluna e colega de Surgik. “Foram 40 anos formando gerações. Rodrigo Rios traçou um retrato fiel de Surgik: sempre sorrindo e entusiasmado. Pelo que ele representou para as gerações que ele formou, a OAB tem muito orgulho e honra em escolhê-lo para nomear um prêmio que reconhece as boas práticas do ensino do direito. Não poderia ser outro nome. Ele está vivo no legado que deixa para a cultura jurídica do Paraná”, afirmou.
A filha do homenageado, Ana Carolina Surgik, destacou o legado deixado pelo jurista. Ela frisou que a alegria cativante do professor era observada em casa também. “Sua paixão e compromisso com o ensino era tamanho que uma vez a nossa casa teve um problema com a calha e inundou. Minha mãe ligou para o meu pai e a primeira coisa que perguntou foi se o Corpus Iuris estava bem”, relembrou.
Vencedores
CATEGORIA ENSINO
Pretende contemplar práticas desenvolvidas para melhora do Ensino do Direito, seja por meio do desenvolvimento de metodologia ou de material didático criativo e inovador.
1º lugar – Camila Bottaro Sales (Uninter) – Estudos de casos jurídicos: Construindo e Solucionando com as mãos.
2º lugar – Fernando Schumak Melo (FAE) – Law Games
3º lugar – Antônio Carlos Efing (PUC-PR) – Análise do (des)cumprimento do termo de ajuste de conduta sobre a publicidade de venda de veículos no Brasil
CATEGORIA EXTENSÃO
Voltada para as práticas desenvolvidas para promoção da interação entre sala de aula e a comunidade em que o curso está inserido.
1º lugar – Edna Torres Felício (Faculdades Pinhais – FAPI) – Educação em Direitos Humanos – Feminismos e a realidade da mulher no cárcere
2º lugar – Eduardo Seino Wiviurka (Unicuritiba) –Talks
3º lugar – Anelicia Verônica Bombana Consoli (FADEP- Pato Branco) – Projeto Universidade aberta da Terceira Idade
CATEGORIA PESQUISA
Reconhecimento de práticas desenvolvidas para melhoria dos níveis da pesquisa nos cursos de Direito, tais como programas de monitorias, grupos de pesquisa e pesquisas aplicadas.
Antonio Claudio Kozikoski Junior (PUC-PR) – Reformulação da Pesquisa Científica na Graduação
Sobre Aloísio Surgik
Graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutor pela Universidade de São Paulo (USP), Aloísio Surgik começou sua carreira acadêmica em 1976, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Ele também lecionou na UFPR, no Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba), na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), no Centro Universitário Internacional (Uninter) e na Universidade do Contestado (UnC), em Santa Catarina. Graduou-se, ainda, em letras na PUC-PR e filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Especialista em direito processual civil, teve como verdadeiras paixões a história do direito e, principalmente, o Direito Romano, matéria pela qual se tornou reconhecido e passou a ser referência. Foi autor de obras como “Lineamentos do Processo Civil Romano”, “Compêndio de Direito Processual Canônico” e “Viajando pela História – do Direito Romano ao Contemporâneo”.
Membro da Academia Paranaense de Letras Jurídicas e poliglota, foi presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (Sinpes) entre 1991 e 2007. Lutou pela excelência do ensino, pela salvaguarda e ampliação dos direitos dos professores do ensino superior e pela democratização e humanização nas relações de trabalho.