O presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, recebeu nesta quinta-feira (29) o secretário-geral do Conselho Federal da OAB, Felipe Sarmento Cordeiro. À frente da coordenação nacional do Exame de Ordem, o advogado vê com preocupação a abertura indiscriminada de cursos de Direito e de novas vagas pelo Ministério da Educação (MEC).
“Temos faculdades que formam mal os bacharéis, para um mercado de trabalho de que não absorve. Não há mais espaço para tantos advogados e cursos de direito. Neste contexto, o Exame de Ordem é a última trincheira de seleção desses profissionais”, sustentou.
De acordo com Cordeiro, são aplicadas 400 mil provas de Exame de Ordem por ano, com aprovação média de 20% – o equivalente a 80 mil novos advogados. “A cada 12 anos temos mais um milhão de advogados no mercado. Hoje temos 1,1 milhão de advogados. Em 1994, quando foi editado o Estatuto da Advocacia, tínhamos 350 mil advogados. A advocacia mais do que triplicou neste período. E, obviamente, o país não cresceu nesta proporção”, disse.
No Conselho Federal, Cordeiro também secretariou as sessões plenárias com o presidente Lamachia, e representou a OAB no Conselho da Justiça Federal (CJF). Para ele, o papel da OAB será cada vez mais importante no país. “Tivemos uma quadra histórica muito difícil, um país muito dividido desde a eleição passada. Temos agora que tentar unir o país, encontrar os pontos de convergência e evitar esse tipo de disputa. Evidentemente é preciso combater a corrupção, mas preservar o emprego, as instituições, as empresas. Temos um governo novo, que vai precisar de muito diálogo. Acredito que a OAB terá um papel importante como representante da sociedade civil neste contexto”, afirmou.
Eleito para o quinto mandato consecutivo como conselheiro federal, Cordeiro destaca que a próxima gestão deverá ser de muito trabalho. Na avaliação do secretário-geral, o candidato ao Conselho Federal da OAB, Felipe de Santa Cruz Oliveira Scaletsky, é “absolutamente preparado para exercer o cargo”.
“Felipe de Santa Cruz teve um papel e postura muito firme, correta, corajosa nesses tempos recentes em que o Rio de Janeiro passou por todos os tipos de crise. Acredito que no Conselho Federal executará um trabalho muito importante. Acho que, pela legitimação de seu trabalho com a chapa única, ele conseguirá escolher pessoas competentes para compor sua diretoria. A expectativa é que ela tenha a composição com um viés muito técnico”, disse.