OAB Paraná entrega doações para a Casa da Mulher Brasileira

O valor arrecadado pela OAB Paraná com a II FeijOAB, promovida no dia 31 de março com um show da cantora Alcione, foi revertido em doações que foram entregues nesta quarta-feira (19) à Casa da Mulher Brasileira, em Curitiba. A instituição recebeu um total de 1.584 itens, entre roupas de cama, cobertores, edredons, toalhas, chinelos, camisolas, roupas íntimas, produtos de higiene, entre outros artigos necessários no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica.

O valor da venda de ingressos da FeijOAB, num total de R$ 12.959,00, foi todo destinado às doações. A cantora Alcione, que foi a atração do evento, não cobrou cachê.

“O combate à violência de gênero é uma causa que a Ordem sempre abraçou. A Comissão de Estudos sobre Violência de Gênero da OAB Paraná foi a primeira do Brasil, iniciativa depois abraçada por todas as outras seccionais. Temos muito apreço pelo princípio da dignidade, por isso sempre lutamos pela igualdade entre homens e mulheres e pela proteção da mulher contra qualquer tipo de agressão”, disse o presidente da OAB Paraná, Cássio Telles, que foi pessoalmente fazer a entrega, junto com a vice-presidente Marilena Winter e a presidente da Comissão da Mulher Advogada, Mariana Lopes.

Cássio Telles lembrou que aqueles produtos e materiais são fruto da ajuda de muitos advogados que compareceram ao evento. “Foi uma bela festa, de confraternização, mas que nos estimulou muito a nos engajar no combate à violência de gênero”, destacou. Telles parabenizou os funcionários da Casa da Mulher Brasileira pelo trabalho que realizam e também a Comissão da Mulher Advogada, que na sua avaliação tem feito a diferença no âmbito da OAB e se destacado nacionalmente. Para o presidente da seccional, o enfrentamento da violência doméstica passa pela conscientização e pela educação, e nesse sentido os advogados e advogadas ainda têm muito a contribuir.

Materialização

A presidente da Comissão da Mulher Advogada, Mariana Lopes, disse que o momento representava a concretização de um sonho, que foi realizado graças ao apoio da diretoria e das demais integrantes da comissão. “É a materialização da nossa vontade de ajudar”, afirmou Mariana, agradecendo novamente todos os advogados que contribuíram. “Que um dia não precisemos mais fazer essas doações, que não precisemos mais desta casa e que não falemos mais em desigualdades entre homens e mulheres”, desejou.

A vice-presidente Marilena Winter enalteceu o trabalho da instituição, por enfrentar a burocracia, as questões legais, o preconceito e muitas vezes a incompreensão da sociedade. “Essa foi uma cooperação da Ordem que nos enriqueceu”, avaliou. Marilena destacou que a iniciativa foi inédita entre as seccionais da OAB e deu a oportunidade aos advogados de fazerem parte da rede de enfrentamento à violência de gênero. “É algo que nos enriquece profundamente. Que essa parceria seja permanente”, afirmou.

“Muita gratidão por esse presente para a Casa da Mulher Brasileira”, agradeceu a coordenadora Sandra Prado. “Vamos nos esforçar para que essa parceria continue e que outras pessoas possam ser beneficiadas. Que sejamos nós, aqui do Paraná, os multiplicadores dessa ideia”, destacou.

Representando a Comissão da Mulher Advogada também estiveram presentes as advogadas Daniela Banzzatto, Thaís Schiavon e Adriana Bezerra. O apoio das advogadas Sandra Bazzo Barwinski e Helena Rocha (respectivamente  ex-presidente e atual presidente da Comissão de Estudos de Violência de Gênero) e Caroline Farias (vice-presidente da Comissão) foi destacado pela presidente da Comissão, Mariana Lopes, durante a solenidade.

Acolhimento

Após a entrega das doações, o presidente da seccional, acompanhado da coordenadora da Casa, conheceu as instalações e a forma de funcionamento da instituição, que se caracteriza por ser uma local de passagem, onde as mulheres vítimas de violência são atendidas com todos os serviços que precisam para enfrentar a situação.

O local é um equipamento público que oferece acolhimento e triagem com profissionais como psicólogas e assistentes sociais; delegacia especializada no atendimento às mulheres; Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; acompanhamento do Ministério Público e da Defensoria Pública; espaço de cuidado com as crianças; atenção à saúde e promoção da autonomia econômica das mulheres; e alojamento.

No Brasil existem seis unidades em funcionamento e a de Curitiba acaba de completar três anos de existência.  Na Casa da Mulher Brasileira, o tempo total de atendimento é, em média, de 2 a 3 horas. Além disso, a vítima não passa pelo constrangimento de ficar se deslocando e está em um ambiente em que tem todo o apoio. Nos casos extremos, em que não tem para onde ir, as mulheres e seus filhos podem ser acolhidos na Casa. Assim, há mais segurança até que seja concedida uma medida protetiva e a pessoa tem a possibilidade de decidir com mais calma para onde vai, sem ter que voltar a residir com o agressor.