A OAB Maringá tomou parte, neste sábado (1º/2), de uma manifestação em memória da bailarina Maria Glória Poltronieri Borges e em repúdio ao feminicídio. O ato, que reuniu milhares de pessoas, incluiu uma passeata pela Rua XV de Novembro e concentração próximo da Prefeitura da Cidade. Dos edifícios localizados ao longo do trajeto, ouviram-se palavras de solidariedade à família da jovem estudante e bailarina de 25 anos. No último domingo de janeiro, o corpo de Maria Glória foi encontrado na área rural de Maringá, que fica no norte do Paraná, com sinais de asfixia e de violência sexual.
Para expressar seu repúdio ao feminicídio, os representantes da OAB Maringá no ato público levaram uma faixa com os dizeres: “A violência contra a mulher fere toda a sociedade”. Para a presidente da subseção, Ana Cláudia Pirajá Bandeira, a sociedade está fragilizada e parte dessa situação se deve à certeza de impunidade. Por isso, a OAB Maringá deve criar nos próximos dias uma comissão para enfrentamento à violência de gênero por meio de conscientização e também pela cobrança dos agentes públicos no que diz respeito à segurança.
Estrutura no IML
Um dos pontos que já consta da agenda da nova comissão é a demanda pela estrutura do Instituto Médico Legal (IML). A família de Maria Glória teve de esperar seis horas do momento em que acionou o IML até o efetivo atendimento. De acordo com a OAB, a falta de equipamentos, peritos e servidores desvirtua o papel do instituto, que deveria servir como um órgão da polícia técnica. “Precisamos de laudos completos, que retratem a realidade dos casos. Se o IML não atua plenamente nesse momento, o processo nasce falho. Obviamente, aumenta a chance de o caso terminar sem conclusão, o que gera impunidade”, destaca Ana Cláudia. “O IML é fundamental para a investigação de crimes de gênero com violência sexual. Não pode ser mero emissor de atestados e laudos; ao contrário, deve subsidiar as investigações e, para tanto, necessita de estrutura adequada”, reforça o presidente da OAB Paraná, Cássio Telles.
Manifestações em memória de Magó também ocorreram no sábado em Curitiba, em frente ao Teatro Guaíra; em Florianópolis, na Praça XV de Novembro; e em Campo Grande, na Praça Ary Coelho. Já em São Paulo e na Bahia, atos semelhantes estão programados para o próximo sábado (8/1). Em São Paulo, os manifestantes devem se reunir na Praça do Ciclista, a partir das 16h. Na Bahia o manifesto será em Itaparica, na Associação Cultural de Capuêra Angola Paraguassu, às 15h.