Em Foz do Iguaçu, no Colégio de Presidentes dos Conselhos Seccionais da OAB, o advogado Paulo de Souza Coutinho Filho falou sobre seu trabalho na presidência da seccional do Rio Grande do Norte, que conta com 16 mil advogados ativos.
Quais foram os frutos da Conferência Nacional da Jovem Advocacia realizada em Natal em março?
Discutimos, claro, a explosão dos cursos jurídicos, que afeta diretamente a jovem advocacia. Também refletimos sobre a formação dos profissionais. Não há soluções milagrosas: o caminho é apoiar a jovem advocacia com investimentos na formação. Também vejo uma preocupação com a robotização jurídica, mas temo mais pela robotização intelectual. Temos de combater a “decoreba” e estimular a formação cultural, que vai muito além do conhecimento técnico.
Alguns dirigentes de Ordem têm defendido mudanças no Exame de Ordem? Qual sua visão sobre o tema?
Não vejo, por exemplo, problema no número de provas por ano. A preocupação é com a formação e nesse ponto defendo um exame que exija do bacharel alta qualificação.
E quanto ao surgimento de novos cursos? Esse tema tem sido debatido pela advocacia potiguar?
Não há manifestações consolidadas, mas temos conversado com os presidentes (José Augusto) Noronha, do Paraná, e Marcos da Costa, de São Paulo, para defender, como eles, que não sejam criados novos cursos por um prazo de dez anos. Acho ainda que é preciso exigir uma fiscalização maior do Ministério da Educação sobre os cursos já existentes.