A OAB Paraná realizou nesta terça-feira (11/7) duas cerimônias de compromisso coletivo de 169 novos advogados. A primeira foi realizada pela manhã na modalidade on-line, com o juramento de 99 bacharéis de direito, agora advogados inscritos nos quadros da seccional paranaense. A segunda cerimônia, à tarde, teve a participação de 70 compromissandos.
A solenidade presencial foi conduzida pela presidente da OAB Paraná, Marilena Winter. A mesa diretiva também foi composta pela diretora da Jovem Advocacia, Fernanda Valerio, que secretariou os trabalhos, pelo diretor presidente da OABPrev-PR, José Manuel Justo Silva, pelo conselheiro estadual Flávio Roberto Gomes, e pela conselheira federal Silvana Niemczewski, que fez o discurso de saudação.
Após a entrega dos certificados de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, os novos advogados e advogadas fizeram o juramento, seguindo a leitura feita pela advogada Marina Naomi Massaki. Em nome dos colegas, discursaram a advogada Silvia Hoffmann e o advogado Luan de Souza.
“Esse é um momento único e histórico de suas carreiras. Vocês são pessoas que representarão a sociedade, com o ofício da defesa e a missão da pacificação. Deverão ter sabedoria para lidar com a escuta e representar os valores sociais”, discorreu a conselheira Silvana Niemczewski. “Temos que compreender que somos eternos aprendizes”, acrescentou, referindo-se à necessidade de aperfeiçoamento e atualização constantes.
A presidente Marilena Winter falou sobre os projetos desenvolvidos pela OAB Paraná, como o do 6ª Ano, que converge para outros programas voltados exclusivamente à advocacia iniciante. “Há um caminho a ser percorrido a partir de agora, a experiência é necessária. A OAB busca proporcionar as condições para que todos possam exercer a plenitude da sua profissão”, afirmou.
“O advogado é aquele que faz a justiça acontecer. É preciso que ele esteja blindado pelas prerrogativas. As prerrogativas não são privilégio. Elas não pertencem a nenhum de nós, por isso não nos é permitido negligenciar”, orientou Marilena.
Motivação
O advogado Luan de Souza foi um dos que se voluntariou para subir à tribuna e fazer a saudação em nome dos colegas. Ao falar sobre justiça social e citar a poeta Carolina de Jesus, ele contou que morou em favelas e enfrentou dificuldades.
“A escolha pela advocacia foi emocional, por perceber que essa profissão tem o poder de transformar o mundo. Despertei para ela quando comecei a ver algumas injustiças. Pode parecer utópico, mas percebi que precisava de uma ferramenta para transformar minha realidade pessoal e a sociedade”, disse ele.
Num breve depoimento, antes da cerimônia, Luan disse que sempre estudou em escola pública e fez o curso de Direito no Unicuritiba com bolsa de estudos 100% integral. Luan é também formado em dança. Ele deixou a carreira artística para se dedicar à advocacia, mas garante que o envolvimento com as artes fará muita diferença na sua vida profissional. “As artes nos ensinam a se expressar no mundo. Não há como isso não influenciar tudo o que eu fizer daqui para frente”, afirmou.
Luan de Souza contou que foi convidado para trabalhar no jurídico do Sindicato dos Artistas, mas além de trabalhar com direito e cultura, também quer se dedicar à área de regularização fundiária para comunidades em situação de vulnerabilidade.
Histórias
A advogada Thissiane Carvalho Barra é de Brasília, se formou há 10 anos, mora em Curitiba e no ano passado decidiu fazer o exame da OAB – um desejo que foi postergado enquanto trabalhou em outras áreas e se dedicou a cuidar dos filhos, Fernanda, de 9 anos, e Leonardo, de 7. “No ano passado, já com os meus filhos crescidos, criei coragem e comecei a estudar. Foi difícil pois, nesse período, muita coisa mudou. Mas agreguei conhecimentos e hoje já estou trabalhando num escritório da área trabalhista”, relatou.
Heloísa Barjona, 25 anos, estudou na PUCPR e se formou em 2020, em plena pandemia. “Minha formatura foi pelo Zoom, o que torna a cerimônia presencial do compromisso ainda mais especial. Estar com os colegas, colocar essa beca, é uma emoção diferente”, declarou. Heloísa dez estágios em vários órgãos públicos e em escritórios de advocacia, mas pretende seguir a carreira como autônoma.
Joel Albanir Rodrigues, 32 anos, é formado pela Universidade Tuiuti. É de Joaçaba, e mora há 12 anos em Curitiba. Formado em Filosofia, seguiu seus estudos optando pelo Direito. “Escolhi essa carreira pela sensação de lutar pela justiça e pelo estado democrático de direito. Hoje trabalho na área jurídica da Santa Casa de Curitiba e sou responsável pela parte imobiliária do hospital. Meu objetivo é abrir mais possibilidades dentro da instituição e também no mercado de trabalho”, explicou.
