O diretor-tesoureiro do Conselho Federal da OAB, José Augusto Araújo de Noronha, ministrou na noite da última segunda-feira (22) a palestra magna que marcou início da Jornada da Advocacia Iniciante, que tem como tema o mundo digital. O evento é organizado pela Comissão da Advocacia Iniciante (CAI) da seccional e vai até esta terça-feira (23).
Ao fazer a abertura do evento, o presidente da OAB Paraná, Cássio Telles, ressaltou a importância da atuação da CAI, especialmente diante do atual cenário em que 44% da advocacia paranaense é composta por advogados e advogadas com até cinco anos de profissão. O presidente também destacou a importância da atuação de Noronha em nível nacional. “É uma alegria para nós recebê-lo, pois está na capital federal despachando e defendendo os interesses na advocacia brasileira, sempre com posicionamentos muito claros e, notadamente, em favor dos advogados e advogadas do Brasil”, afirmou Telles.
O presidente da seccional expressou ainda sua preocupação com a realidade que aponta para que o “novo normal” seja o predomínio de audiências virtuais. “Temos que estar preparados, como OAB, para nos posicionar e dizer que queremos unidade judiciárias abertas. A regra tem que ser audiência presencial e a exceção audiência virtual. Não podemos abdicar da presença do juiz e dos servidores nos fóruns”, frisou.
Noronha iniciou sua exposição parabenizando Telles pela gestão especialmente no que se refere a prerrogativas. Ele reforçou a observação de Telles sobre a importância do atendimento presencial nas unidades judiciárias. “O advogado não vai ao fórum tomar cafezinho. O advogado vai ao fórum porque precisa trabalhar, vai para despachar”, disse o diretor-tesoureiro do CFOAB.
Cenário desafiador
Em relação ao mundo digital, ele apontou como o atual contexto é desafiador para todos os profissionais. “O mundo digital é esquizofrênico por natureza. O advogado precisa ser onipresente e estar preparado para a atender às necessidades do cliente praticamente 24 horas por dia. O advogado que não está preparado para isso não vai dar conta de ter sucesso nessa nova fase”, descreveu Noronha.
O palestrante, que também presidiu a OAB Paraná no triênio 2016-2018, também aconselhou a advocacia iniciante: “Essa nova advocacia abre muitas possibilidades, mas também exige muito cuidado. Ao mesmo tempo em que facilita, pode ser inibidora do sucesso, se não houver algumas precauções”. Para o advogado ter sucesso no mundo digital, Noronha apontou que a que as primeiras características necessárias são ética e etiqueta, tanto nas redes sociais quanto nas audiências judiciais.
Noronha observou que a advocacia iniciante é mais afeta à tecnologia e já consegue se apresentar na rede social com agilidade. Ele explicou que o Conselho Federal tem debatido o que pode e o que não pode ser feito no âmbito digital, para que haja mais clareza em relação ao tema. “Não podemos ter dúvidas sobre o que pode ser feito. As regras claras precisam vir para a advocacia”, concluiu.