Lúcia Maria Beloni Corrêa Dias é agraciada com a Medalha Vieira Netto

Em sessão marcado por muita emoção, a presidente da OAB Paraná, Marilena Winter, entregou à advogada Lúcia Maria Beloni Corrêa Dias a medalha Vieira Netto, maior honraria da advocacia paranaense. No seleto rol de advogados laureados, Lúcia é a segunda mulher a receber a medalha. A primeira foi a guarapuavana Edni de Andrade Arruda, homenageada em 2017, na gestão do presidente José Augusto Araújo de Noronha.

No sistema OAB, Lúcia Beloni tem exercido múltiplos e relevantes papéis. Foi membro titular da 1ª Câmara de Disciplina e integrou o Conselho Pleno de 1998 a 2015. Também presidiu a Comissão de Estabelecimentos Prisionais da Ordem dos Advogados do Brasil Seção do Paraná. Dentre as variadas contribuições, destaca-se sua diligente condução do Projeto OAB Cidadania, que completa 25 anos este ano. Por meio dele, a advogada elevou o nome da OAB Paraná na defesa dos direitos humanos, atendendo, ao longo desse período, milhares de pessoas que de outro modo seguiriam esquecidas pela sociedade.

Pela excelência do OAB Cidadania, Lúcia Beloni recebeu o 9º Prêmio Nacional Inovare, na categoria advogado. Também recebeu da ex-presidente da República Dilma Rousseff o prêmio Direitos Humanos 2015, concedido pela Secretaria Especial de Direitos Humanos.

Curitibana das Gerais

Mineira de Belo Horizonte, Lucia Maria Beloni Correa Dias é também curitibana, graças à cidadania honorária concedida pela Câmara dos Vereadores em 2007. Graduou-se em Direito pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. É também especialista em Direito Penal e Processual Penal e em Direito Contemporâneo pelo Instituto Brasileiro de Estudos Jurídicos; pós-graduada pela Escola da Magistratura do Trabalho e em Ciência Política. Sua atuação abrange os campos do Direito Penal, Processual Penal, Direito Administrativo, Tributário e Econômico e Direito Coletivo. Foi professora de Direito Processual Penal da PUC-PR e corregedora geral do Sistema Penal do Paraná.

Medalha

A leitura do pergaminho da medalha coube ao secretário-geral da seccional, Henrique Gaede. Ao som do violino de Oksana Meister, Lucia Beloni recebeu a honraria das mãos da presidente da OAB Paraná, Marilena Winter. “O projeto cumpre com muito vigor uma das finalidades da OAB, que é a defesa dos direitos humanos e da justiça social”, destacou Marilena ao entregar a medalha.

 A saudação à homenageada foi feita pela advogada Juliana Colle Brettas. “A escolha do seu nome foi muito feliz e festejada, colocando-a para sempre ao lado de outros grandes nomes  do Direito”, pontuou.

“Já com dois filhos, Lucia Beloni foi estudar direito no Rio de Janeiro. Formou-se  e veio residir em Curitiba com a família. Aqui, cumpriu a missão de lutar contra a injustiça, assegurando os direitos de milhares de pessoas. A defesa dos hipossuficientes sempre foi sua maior paixão”, disse.

“Lúcia Beloni traz sempre os ingredientes humanos, pois é isso que somos: pessoas. Nos júris sempre vai até os réus e os apresenta aos jurados. É comovente ver a sua atuação nas defesas”, disse. “Nos tablados, não se limitou a ensinar apenas a técnica”, completou.  

Agradecimento

Lucia Beloni agradeceu emocionada a homenagem. “Agradeço aos conselheiros e à diretoria pelo profundo gesto de amor ao me conceder a medalha Vieira Netto. Compartilho com essa ilustra plateia essa homenagem”, disse, ao saudar os presentes.

“Trago lembranças da primavera de 1984, chegando em Curitiba. Além da bagagem, trazia a perseverança. Eu seria advogada e daria voz àqueles que não pudessem falar. Coloquei o meu currículo embaixo do braço e fui buscar o sonhado exercício da advocacia”, relembrou.

Ao mencionar o projeto OAB Cidadania, Lucia Beloni frisou que não se trata de transferir para a OAB a responsabilidade do  Estado. “Este projeto representa o estabelecimento de um compromisso com a construção de uma sociedade justa e solidária, como advogados temos que ver quem está ao nosso lado”, disse.

Sobre a experiência na Corregedoria Geral do Sistema Penal do Paraná, Lucia destacou o compromisso sempre presente na busca da preservação dos direitos dos encarcerados e familiares, buscando humanizar o sistema penitenciário.

“São as palavras que decidem a sorte dos homens. Que a nossa palavra seja a luz do mundo, a esperança”, concluiu.