O lançamento do livro “Poder, dominação e resistência – Lei Maria da Penha e a Justiça de Gênero”, da advogada Sandra Lia Bazzo Barwiski, esteve na última segunda-feira (25) entre as atividades da campanha 21 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
“Meu trabalho junto à OAB Paraná sempre foi voltado ao enfrentamento da violência de gênero (promoção de direitos, prevenção das violências, assistência às mulheres e responsabilização dos agressores), fazendo surgir uma inquietação que versa sobre a não implementação da Lei Maria da Penha”, relata Sandra Lia. Esse foi o objeto dos estudos da advogada no mestrado, que resultaram na obra lançada.
Partindo de conceitos do Direito, da Filosofia e Teoria Política, a autora aponta algumas conclusões sobre a concepção do que é o poder e sobre qual poder valorizamos. “É esse poder, concebido como dominação, como opressão, que hierarquiza e inferioriza, que estrutura – que forma ou deforma -, as instituições (e as famílias são instituição fundamental na organização do estado) e que impede e dificulta a aplicação da Lei Maria da Penha”, afirma.
“A Lei Maria da Penha foi concebida a partir da vida concreta das mulheres, para contestar e resistir ao poder que as domina e oprime no âmbito das relações domésticas, familiares e de afeto. E essa contestação e resistência ao poder opressor é evidenciada na luta das irmãs Mirabal contra a opressão de um ditador, que culminou nas suas mortes violentas em 25 de novembro de 1960, na República Dominicana. Um ato de extrema crueldade que levou a ONU a instituir esse dia como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres”, frisa.
“Penso que meu livro trata disso, do poder das mulheres de resistir, contestar, se empoderar e solidarizar-se, mesmo diante da desigualdade, da injustiça, da dominação e opressão de gênero”, conclui.