Julgamento do acusado por assassinato de advogada foi retomado às 13h

O julgamento de Vanderson Benedito Correa, iniciado na manhã de quinta-feira (21/7), prosseguiu madrugada adentro até as 4h15 desta sexta-feira (22/7), quando foi interrompido depois de ouvidas todas as 13 testemunhas – 7 de acusação e 6 de defesa. A sessão no Tribunal do Júri, em Curitiba, foi retomada às 13 horas desta sexta. Vanderson é acusado de ser o mandante do assassinato da advogada Kátia Regina Leite, contratada por sua ex-esposa.

Kátia, então com 44 anos, foi morta com cinco tiros na manhã de 24 de fevereiro de 2010, ao sair de sua casa, no bairro Boa Vista, em Curitiba. Advogada havia mais de 20 anos, Kátia comandou por uma década o setor jurídico do Conselho da Condição Feminina e era conhecida por sua veemência na defesa dos direitos da mulher. Na época do crime, seus filhos Juliana, Carlos Eduardo e Mariana tinham respectivamente 17, 19 e 20 anos.

A OAB Paraná está acompanhando o julgamento com a presença do seu procurador Andrey Salmazo Poubel e integrantes de várias comissões – de Prerrogativas, Advocacia Criminal, Direitos Humanos, Mulher Advogada, Estudos sobre Violência de Gênero e Vítimas de Crime. O presidente da Seccional, José Augusto Araújo de Noronha, esteve no Tribunal do Júri pela manhã e à tarde. Num momento de intervalo, conversou com Dálio Zippin Filho, assistente de acusação designado pela OAB, e agradeceu-lhe por sua atuação. “A advocacia paranaense lhe será eternamente grata”, disse Noronha.

“A OAB está no caso desde o primeiro dia, como amicus curiae. As provas levam ao entendimento de que Vanderson foi mesmo o mandante. O significado que a condenação tem para nós é duplo; um pelo fato de Kátia ser uma advogada vitimada durante o exercício profissional e o outro por ser um caso de violência contra a mulher. É muito importante acabar com essa postura de ´machão latino´ que vê a mulher como propriedade. É uma vergonha esse tipo de comportamento. Portanto, a OAB está lutando não só pela justiça à advogada morta em atuação, mas também pelo fim da violência contra a mulher", destacou Zippin.

Nessa segunda etapa da sessão, ocorrem o interrogatório do réu, preso preventivamente desde o ano passado, as sustentações orais da defesa e da acusação, com um hora e meia de duração cada, mais réplicas e tréplicas. A previsão é de que o julgamento termine somente perto da meio-noite.

O outro réu do processo, o ex-policial militar Flávio Vasques Oliveto, acusado de ter disparado a arma, está preso na Casa de Custódia de São José dos Pinhais desde 2015 e também será julgado pelo crime.

 

 

 

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