Integrantes da Comissão de Estudos Sobre de Violência de Gênero (CEVIGE) da Seccional se reuniram nesta segunda-feira (18) com a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB Campo Largo, Zeila Plath, advogada da família da fisiculturista Renata Muggiati. Embora as circunstâncias da queda que vitimou a atleta ainda não tenham sido esclarecidas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Zeila Plath explicou que Renata vinha sofrendo agressões físicas e psicológicas do namorado.
De acordo com a advogada, há cerca de um ano, quando teve início o relacionamento do casal, a fisiculturista começou a apresentar comportamentos suspeitos. “Ela tinha um estilo de vida muito alegre e nos últimos meses se fechou, se afastou da família e dos amigos, deixou de se arrumar, parou de dar aulas noturnas, se isolou”, disse. Zeila contou que uma semana antes da morte da atleta ela teria entrado em contato com um advogado criminalista alegando ser vítima de violência doméstica e chegou a enviar fotos com hematomas no corpo, supostamente provocados pelo namorado.
A presidente da CEVIGE, Sandra Lia Bazzo Barwinski, ressaltou a importância do olhar atento da família e dos amigos nestas situações. “Muitas vezes percebemos a situação de violência e nem sempre sabemos o que fazer. É importante um acompanhamento justamente para evitar o isolamento da mulher. Quando ela se isola a violência acontece, se instala e se intensifica”, frisou.
“Tomando este caso como exemplo, outras famílias podem se antecipar e salvar vidas. E como podemos prevenir? Conversando, dialogando e tentando alertar para os sinais de violência”, destacou Sandra Barwinski. A pedido da advogada da família de Renata Muggiati a CEVIGE irá acompanhar o caso e oficiar o Núcleo de Promoção da Igualdade de Gênero (Nupige) do Ministério Público, a DHPP, responsável pela investigação do caso, e o Instituto Médico Legal (IML).
Diante da complexidade e magnitude do problema da violência contra a mulher, a CEVIGE realizará de 15 a 17 de outubro o seminário regional “Violência de Gênero: Desafios para o campo dos Direitos Humanos”. O evento será promovido em parceria com Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher. Estão confirmadas as participações de palestrantes nacionais e internacionais. Mais informações serão divulgadas em breve, na seção Eventos do site da Seccional
Conheça os sinais que indicam violência contra a mulher:
– Sentimento de posse em relação à mulher (ciúme, monitoramento, controle)
– Afastamento dos amigos, da família, do convívio social (a mulher passa a acreditar que a única alternativa é o agressor que está ao lado dela)
– Mudanças de comportamento (no trabalho, por exemplo, a violência doméstica se reflete em atrasos, faltas, mudanças de humor)
– Violência verbal (agressões psicológicas)
– Violência patrimonial (reduz a capacidade financeira da mulher)
– Violências mais sérias: ameaças de agressões mais sérias
– Violência física