Integração e afeto são as chaves para proteger crianças e adolescentes, afirmam médicos

A endocrinologista Evelyn Eisenstein, especializada em nutrição, e o neurologista e pediatra Eduardo Jorge Custódio da Silva defenderam uma visão integrada e muito afeto como receitas para proteger a infância e a adolescência. Os médicos palestraram no painel “Violências e a Proteção da Criança e do Adolescente”, na manhã desta quarta-feira (20/6). O painel integra a programação do Congresso Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, realizado pelas comissões das seccionais de todo o país na sede da OAB Paraná.

Custódio da Silva listou uma série de problemas recorrentes das crianças de hoje são agravados pelo mau uso da tecnologia. São eles a má postura, o ressecamento das córneas, a perda auditiva, as disfunções neurológicas que acarretam disfunções de aprendizado e de sono e ainda males psiquiátricos, como anorexia e depressão.

Além de doenças já conhecidas agora associadas às primeiras etapas da vida, o neurologista citou ainda patologias recém definidas. Entre elas, mencionou a nomofobia e o tecnoestresse (veja quadro).

Pilares

Para combater esses males o médico recomenda que o uso da internet se apoie em quatro pilares. “O uso deve ser ético, seguro saudável e educativo. Dessa forma, garantimos às crianças e adolescentes o direito à saúde”, afirmou.

Provocado pela plateia, o especialista defendeu a integração multiáreas como caminho para proteger os seres humanos em formação. “O caminho é esse que estamos tomando aqui, juntando forças nas áreas do Direito, da Saúde e da Educação, uma vez que com o Estado não temos podido contar. O controle parental também é eixo fundamental”, declarou.

A endocrinologista concordou que integrar é o caminho, mas fez um acréscimo. “É importante sair do casulo, estarmos juntos. Considero, porém, que o elemento crucial é o afeto. Crianças e adolescentes não são objetos. São sujeitos de direitos. Têm direito ao nosso amor e ao nosso afeto”, pontuou.

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As patologias modernas que afetam crianças e adolescentes

Nomofobia – medo de ficar sem o aparelho celular

Síndrome do toque fantasma – sensação de receber chamadas ou notificações mesmo estando sem o aparelho

Náusea digital – Vertigem provocada sobretudo pelos jogos

Transtorno de dependência da internet – compulsão por acessar permanentemente a web ou aplicativos

Hipocondria digital – uso da internet para autodiagnóstico

Tecnoestresse – reação à condição limitada da tecnologia; estímulo por não saber lidar com a tecnologia ou ainda produção excessiva de adrenalina