Impactos da inteligência artificial apontam necessidade de adaptabilidade na advocacia

As inovações disruptivas e as mudanças que a inteligência artificial trará para advocacia foram tema do painel da pesquisadora da FGV São Paulo Marina Feferbaum e o conselheiro seccional e presidente da Comissão de Estudos Constitucionais da OAB Paraná, Rodrigo Kanayama, na 8ª Conferência da Advocacia Paranaense. A moderação ficou a cargo do ex-presidente da OAB Paraná Juliano Breda.

Marina apresentou resultados das pesquisas que realiza e referências internacionais sobre o tema.

Confira os destaques:

“A advocacia vai desaparecer? Não. Vai mudar. Especialmente para advogados iniciantes. Ficará muito a cargo das universidades preparar os jovens.”

Marina Feferbaum  

“Caberá ao advogado fazer o que as máquinas não resolvem: ter empatia, criatividade e adaptabilidade.”

Marina Feferbaum  

“Teremos mais máquinas, mais inteligência artificial e o advogado terá o papel de decisor final. Também haverá parceiros que são tão importantes quanto os advogados, como os de tecnologia e os de projetos.”

Marina Feferbaum  

  • Pesquisa realizada no Estado Unidos mostra que 44% das atividades dos advogados pode ser automatizada. 82% dos advogados consideram que o Chat GPT  pode ser usado em atividades da advocacia, mas apenas que 51% acha que deve ser utilizado. Os demais não concordam com o uso por questões éticas”

“Somos a última geração que está construindo esse mundo do off-line pro on-line. A questão é: estamos felizes com o que estamos construindo?”

Marina Feferbaum  

“A gente precisa continuar formando excelentes advogados. Não engenheiros mais ou menos e programadores mais ou menos. Precisamos focar no diálogo com as outras áreas.”

Marina Feferbaum  

“Qual a o papel das habilidades socioemocionais hoje? Além de saber direito, os escritórios valorizam habilidades de gestão, tomada de decisão, recursos financeiros e estratégias organizacionais. A falta de habilidade jurídica tem sido um problema. Outras habilidades que são valorizadas são empatia, bom relacionamento e controle socioemocional.”

Marina Feferbaum  

“Levantamento mostra que para contratação, 96% dos escritórios avalia currículo e 90% indicação. Apenas 20% usam dinâmicas ou outros métodos de seleção. O que demonstra a sociedade que não inclui e não diversifica.”

Marina Feferbaum  

“Quanto mais a pessoa sobe na carreira, menos características que são exclusivas de advogados são demandadas, como habilidades de gestão.”

Marina Feferbaum

“A conferência estadual é a assembleia geral mais importante da advocacia, em que se projetam as linhas de atuação da nossa área para os próximos anos.

Juliano Breda

“A mudança disruptiva da inteligência artificial vai atingir também toda a sociedade. E é nosso papel como OAB debater isso.”

Juliano Breda

“Não podemos nos opor às mudanças tecnológicas. A OAB tem o papel importante de preparar a advocacia para receber a tecnologia de bom modo.”

Rodrigo Kanayama

“Precisamos de letramento digital, saber quais os limites e impactos quando usamos a IA. E é papel da OAB e das universidades fornecerem essa formação para advocacia.”

Marina Feferbaum