A preocupação com a crise hídrica e com a gestão energética, pública e sanitária foi manifestada pela advocacia paranaense em um painel realizado na tarde desta quinta-feira (12/8). Acompanhe algumas considerações sobre o debate, que pode ser visto na íntegra na plataforma de transmissão da 7ª Conferência da Advocacia Paranaense (confira aqui).
“Dentro de toda a política de recursos hídricos, o município de Curitiba tem feito alguns programas e atividades para enfrentar a crise hídrica. O principal é o Reserva Hídrica do Futuro. Dentro dele temos dois subprogramas: uma proposta de reservação de água superficial, que prevê a reservação de 43 milhões de litros de água, e a reservação de água subterrânea, com a construção de 30 poços objetivando reduzir a pressão sobre a rede pública de abastecimento operada pela Sanepar”.
Vanessa Volpi Bellegard Palacios ao discorrer sobre as ações do município de Curitiba em relação à crise hídrica
“A água é um dos nossos bens mais caros. Esta é a pior crise da história, desde 1930 não se observava um cenário tão devastador em relação aos nossos reservatórios e a escassez de chuva. Pegando todas as bacias, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, observamos que são os piores índices históricos de todos os tempos. Em 91 anos nunca se observou esse tipo de circunstância, o que exige muitos esforços de todos nós, tanto na área do saneamento quanto na área da eletricidade quanto sociedade. Precisamos trabalhar para contribuir para que essas escassez hídrica, que não é um fenômeno isolado, mas decorrente de mudanças que vão muito além da nossa região, como podemos trabalhar para conservar o nosso maior bem”.
Mariana Favoreto Thiele ao abordar a temática da Gestão Energética da perspectiva da Itaipu Binacional
“O efeito da estiagem tem causado grande preocupação à Sanepar. Para efeito de ilustração, tivemos nas ações emergenciais voltadas à crise hídrica um proveito de 38%, isso quer dizer o seguinte: no dia que esse gráfico foi feito, o Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba e Região Metropolitana – SAIC estava com 49,7% de sua capacidade, ao passo que se nenhuma medida fosse tomada pela Sanepar estaríamos com o nível da represa em 11%. Com esse número, eu não quero alarmar, não estaríamos em sistema de rodízio, mas de racionamento, que é muito drástico”.
Andrei de Oliveira Rech ao abordar as ações da Sanepar em relação à crise hídrica que afeta as bacias do Paraná.
“62% da geração de energia brasileira vem de fonte hidroelétrica. Obviamente quando atravessamos a maior crise hídrica da história – desde 1930 não passávamos por um período de seca assim – nos acende um sinal de alerta, e acredito que o Brasil e os atores do cenário da energia elétrica estão cuidando para não que a crise hídrica não acarrete uma crise energética”.
Vicente Neto ao abordar as ações da Copel em relação à crise hídrica.