Geonísio Marinho, do PRTB, abriu a terceira e última noite de sabatinas com candidatos a governador promovida pela OAB Paraná. Como os demais concorrentes ao cargo, ele foi recebido pelo presidente da seccional, José Augusto Araújo de Noronha.
Todos os postulantes ao cargo de governador do Paraná foram convidados pela OAB para a série de sabatinas, aberta na segunda-feira (17). Somente Ogier Buchi (PSL) deixou de comparecer. Todas as sabatinas têm sido transmitidas em tempo real, no perfil da OAB Paraná no Facebook. Os vídeos também vão para o canal da seccional no Youtube.
Como os demais sabatinados, Geonísio respondeu às questões da advocacia durante 45 minutos, logo após sua apresentação inicial. As perguntas, previamente formuladas, foram sorteadas durante a sabatina.
Em sua apresentação inicial, afirmou que o seu partido tem uma identidade e, mesmo não se elegendo, acredita que pode deixar como legado projetos dos quais se orgulha. Segundo ele, privatização dos presídios e concorrência internacional de pedágios já estavam no seu plano de governo anterior. A sua expectativa é que o seu partido eleja três deputados estaduais, um federal e um senador. Ao comentar suas propostas, reiterou o corte nos cargos comissionados, de forma que os recursos economizados sejam aplicados na recuperação dos salários dos demais servidores.
Educação
Geonísio Marinho foi perguntado sobre sua visão sobre o ensino profissionalizante. Lembrou que vem de uma família de professores, estudou numa escola técnica e é um crítico ferrenho das mudanças implementadas no governo Fernando Henrique Cardoso em relação ao ensino técnico. “No nosso governo, obedecida a vocação de cada região, queremos nas escolas estaduais o ensino profissionalizante. E mais atenção ao ensino superior, para que possam acompanhar as mudanças tecnológicas que o mercado está nos colocando.”
Saúde
Perguntado sobre como garantir fatia maior do orçamento para a saúde, disse que sua proposta nesta área é levar para o interior o médico especialista, ofertando melhores salários a esses profissionais. Com isso, acredita que vai atrair mais médicos para regiões desprovidas de atendimento especializado, reduzindo as filas, a demora na realização de exames e no atendimento nos hospitais da capital.
Segurança
Questionado sobre o aumento no efetivo das polícias, apresentou a proposta de que o policial que se aposenta permaneça com a sua arma. “A segurança pública – disse – é um barril de pólvora. Quero trabalhar na causa e não no efeito, portanto, criar escolas e não presídios.”
Cultura, esporte e lazer
Ao manifestar sua opinião em relação à extinção da Secretaria de Cultura, o candidato adiantou que a pasta terá prioridade e que irá valorizar a cultura regional. “Cada região do estado tem sua característica própria. A cultura, no meu governo, será valorizada. Teremos o programa Gerar Paraná, que propõe a construção de edificações no estilo das ruas da cidadania, para estar perto da população, serão sub-centros cívicos”, pontuou.
Economia
Em relação às políticas de tributos? O candidato defendeu a redução de impostos de acordo com a produção das empresas paranaenses. “Estamos passando por uma recessão, que leva à violência, alguns chefes de família estão partindo para o desespero. Estamos vendo o tempo passar e fazendo muito pouco. Hoje quem ganha dinheiro é o setor rentista, que fomenta este discurso de que vivemos um déficit cada vez maior. Por trás disso há interesses econômicos, que beneficiam os grandes”, frisou.
Transporte e logística
Em relação às diretrizes para a negociação dos novos contratos de pedágio no estado, o candidato afirmou que fará uma nova licitação, inspirada na previsibilidade de empresas internacionais. “Não quero dever favores para ninguém. Parece utópico, mas podemos fazer uma licitação baixando preços. Das cidades que percorri, muitas não têm pedágios. O que não se pode fazer é cobrar o que se cobra hoje”, disse.
Advocacia
Indagado se tem planos em relação à redução das custas judiciais, o candidato afirmou que a prioridade será garantir acesso. “Vamos pensar uma forma de reduzir as custas, é um ônus muito caro, muita gente deixa de procurar a Justiça por conta disso”, afirmou.
Combate à corrupção
Segundo o candidato, uma das primeiras iniciativas de seu governo será enviar um projeto ao Legislativo que propõe premiações aos agentes públicos que denunciem casos de corrupção. “Ele receberá uma premiação equivalente ao valor desviado que ele denunciar. Pretendo combater a corrupção levando o que trago de casa: não mexer no que não é seu, não pegar o que não lhe pertence”, defendeu.
Gestão e representação política
Quando questionado sobre o fundo público de campanha, reclamou que o seu partido recebeu R$ 50 mil reais, enquanto outros, por ter maior representatividade, ganharam milhões. “Não é justo. Só de advogado gastei R$ 60 mil”, reclamou. Questionou também o tempo de televisão destinado aos partidos menores, que não conseguem em poucos segundos apresentar um conteúdo propositivo. Também reclamou de ficar fora dos debates promovidos pelas emissoras.
Meio ambiente
Sobre a destinação correta dos resíduos sólidos, respondeu que muitos dos problemas ambientais decorrem da sede pelo lucro.
Em suas considerações finais, falou do projeto nacional do seu partido político. “Estamos na política para servir e não se servir. Entendemos que as receitas e as despesas estão desequilibradas, e para resolver isso muitas pessoas poderão perder privilégios. Mas não há outra forma, senão aumentando a carga tributária. Vou me cercar de pessoas competentes, de dentro do funcionalismo público, para que mudemos a maneira de se fazer política”, afirmou.
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