No próximo domingo, 14 de maio, o país celebra o Dia das Mães. A data em homenagem às mulheres que se aventuram na experiência da maternidade é também uma oportunidade para refletir sobre os desafios de conciliar a função e a carreira profissional.
Desde que soube da gravidez, a conselheira estadual da OAB Paraná Leidiane Cintya Azeredo buscou reduzir o volume de trabalho para acompanhar com mais tranquilidade os primeiros meses de vida da filha, que acaba de completar dois meses.
“Estou conseguindo conciliar em razão da virtualização e possibilidade de realização de audiências em forma de videoconferência. Sem essa tecnologia seria muito difícil conciliar a advocacia com a maternidade, mesmo reduzindo meu acervo”, relata.
Segundo Leidiane, o maior desafio tem sido encarar com mais leveza as dificuldades que surgem e aproveitar a nova fase sem muitas cobranças sobre si mesma. “Com certeza é a experiência mais intensa que já tive”, diz.
“Mesmo com toda a preparação que fiz desde o dia que soube da gestação, quando te entregam em seus braços aquele serzinho indefeso, totalmente dependente é o mesmo que entrar em uma montanha russa de emoções e sentimentos. Ao mesmo tempo em que se ama desmedidamente, e isso lhe dá uma força sobrenatural para cuidar do bebê, junto vem o medo, a insegurança e a culpa, que é a companheira de todas as mães”, pondera.
Prerrogativas
O Estatuto da Advocacia prevê uma série de garantias às advogadas gestantes, parturientes, adotantes e lactantes, entre elas a preferência na ordem de audiências e sustentações orais. “As prerrogativas são fundamentais para que a mãe advogada possa conciliar a maternidade e a profissão. Ter prioridade para uma sustentação significa mais tempo com seu filho”, pontua Leidiane.
“Outro ponto importante se dá na suspensão dos prazos, que embora eu tenha achado burocrático e por pouco tempo, pelo menos dá um tempo de um mês para adaptação”, avalia a conselheira estadual.
A experiência pessoal de Leidiane em relação à observância dos direitos previstos no art. 7º do Estatuto da Advocacia e ao tratamento equânime dos pares tem sido positiva. “Eu tinha muitas audiências agendadas para o mês de março e, com o atestado médico informando a gestação, solicitei o adiamento. Os magistrados foram compreensivos e deferiram o pleito”, relata a conselheira.
“As prerrogativas são fundamentais para que a mãe advogada possa conciliar a maternidade e a profissão. Ter prioridade para uma sustentação significa mais tempo com seu filho”
Leidiane Cintya Azeredo
Paralelamente aos compromissos profissionais e pessoais, a advogada segue cumprindo os compromissos no Conselho Pleno. “A experiência tem sido ótima, porque a OAB Paraná permite que o conselheiro escolha sua forma de participação nas sessões, seja presencial ou por videoconferência, o que tem sido um diferencial para que continue com minhas atividades na OAB sem precisar me ausentar de casa. O apoio incondicional dos meus colegas conselheiros também tem sido fundamental, desde a gravidez todos sempre tiveram muito cuidado comigo”, conta.