A OAB Maringá abriu as celebrações do mês Mês da Consciência Negra com um evento que lotou o auditório da subseção e contou com a presença de autoridades e lideranças comunitárias. A programação contemplou a palestra da promotora de Justiça Lívia Sant’Anna Vaz, do Ministério Público da Bahia, exposição e apresentação artística e homenagens. O vice-presidente da OAB Paraná, Fernando Deneka, representou a seccional no evento.
Em seus discursos, Deneka, o presidente da subseção, Eder Fabrilo Rosa, o diretor-tesoureiro, Pedro Henrique Souza, a presidente da Comissão da Igualdade Racial, Natália Ferruzzi, destacaram a importância de iniciativas como esse evento.
“Poucas entidades atuam, se preocupam e agem pela busca da igualdade como a OAB do Paraná faz. E hoje essa subseção faz história com esse grande evento”, afirmou o vice-presidente da seccional.
“É uma honra estar aqui para celebrar o Mês da Consciência Negra, quando estaremos unidos em prol de ações afirmativas, no sentido de buscar a igualdade, a diversidade e a inclusão”, apontou Souza, que falou, com orgulho, sobre a oportunidade de ser o segundo negro a ocupar posição de liderança na função de diretor em 65 anos de existência da OAB Maringá e de testemunhar a casa lotada, com debates sobre justiça, inclusão e igualdade.
“Se tem uma coisa que escondeu o racismo no Brasil por mais de um século, essa coisa se chama hipocrisia. E é isso o que temos que combater com nossas ações e atitudes”, acrescentou Rosa.
A presidente da Comissão da Igualdade Racial observou: “Mais importante que ocupar espaços, é transformá-los. E hoje damos um passo importante rumo a essa transformação.”
Durante sua palestra, Lívia Vaz, trouxe um panorama da história do racismo e da exclusão no Brasil. Com a autoridade de quem atua, pesquisa e milita pela defesa da igualdade racial, ela trouxe números que demonstram a necessidade da luta, do esforço e de eventos como o da OAB Maringá.
Uma das 100 afrodescendentes mais influentes do mundo, a promotora ressalta: “Não há democracia sem diversidade e equidade. Porque nós, pessoas negras, estaremos em todos os lugares, mas o que é importante pensar é: onde? Eu não acredito em um futuro democrático para o nosso país se não for pelas mãos das pessoas negras”.
Para finalizar, uma iniciativa também inédita da subseção, foi lançada a Medalha de Mérito que leva o nome de um dos símbolos da luta pela igualdade racial em Maringá, o advogado Alaor Gregório de Oliveira.
Coube ao conselheiro da Subseção, Maurício Domingos, falar sobre o homenageado e sua importância para a cidade, para a advocacia e para a luta em favor de homens e mulheres negros. A primeira edição da honraria foi entregue à filha do ativista.
“Pela primeira vez, a discussão do tema racismo, justiça e igualdade uniu as comissões temáticas que realizarão outros eventos ao longo desse mês. Sem dúvida, esta é uma iniciativa pioneira e transformadora, que tenho orgulho de fazer parte”, finalizou Pedro Henrique Souza.