A presidente da OAB Paraná participou na manhã desta terça-feira, 8 de março, da audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), com o tema Mulheres Extraordinárias – Vencendo desafios em tempos de crise. O evento foi aberto pela deputada Mara Lima, presidente da Comissão de Direito e Defesa da Mulher da casa. O evento também contou com a participação da vice-presidente da comissão, Luciana Guzella Rafagnin, da deputada Mabel Canto e da desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) Lenice Bodstein.
“A Igualdade de gênero é primeiro e acima de tudo uma expressão da dignidade da pessoa humana, é expressão da cidadania plena. Não existe direito, não existe dignidade, não existe uma democracia bem fundamentada e bem estruturada onde os direitos das mulheres continuam sendo desrespeitados, onde uma cultura misógina, machista e sexista ainda resiste em relutar contra uma verdadeira onda que as mulheres estão conseguindo fazer nos espaços de poder”, afirmou Marilena. “Falar sobre a necessidade de as mulheres participarem das decisões da sociedade é uma obrigação da nossa geração. Não temos mais a desculpa de falar em desconhecimento sobre alcance de determinados comportamentos”, refletiu.
Marilena também frisou a importância de atuar nas entidades governamentais e da sociedade para enfrentar a violência de gênero. “Falar sobre violência de gênero é fundamental, temos o dever de educar a população para que compreendam que existem comportamentos que não podemos mais tolerar”, observou.
A advogada também refletiu sobre os estereótipos que são impostos às mulheres. “Vimos na pandemia que as mulheres foram sobrecarregadas. Temos uma imensa capacidade de trabalho, mas a que preço? Mulheres cansadas, exaustas, muitas vezes atingidas em sua saúde”, ponderou.
A presidente da OAB Paraná falou ainda sobre os diversos tipos de agressão que as mulheres sofrem em diferentes contextos. “A violência se traduz em várias formas, psicológica, econômica, física, a violência que maltrata, que mata e também a violência política, quando as mulheres se levantam e dizem: eu também posso ocupar esses espaços, eu também tenho essa capacidade. Esse é um espaço político legítimo e democrático que deve ser ocupado por todos e todas para que enfim tenhamos nossa tão propalada democracia”, refletiu.