O presidente da OAB Paraná, Cássio Telles, a vice-presidente, Marilena Winter, e a presidente da Comissão da Mulher Advogada, Mariana Lopes, receberam representantes da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), da Comissão de Advogadas da Associação Paranaense dos Advogados Criminalistas (Apracrim) e do Movimento de Advogadas Criminalistas, na terça-feira (4). Elas apresentaram suas preocupações sobre o debate relacionado à igualdade de gênero. A visita foi motivada pelo recente caso de um advogado que, nas redes sociais, tem desqualificado as denúncias de violência de gênero e as ações de enfrentamento desses casos.
As advogadas entregaram à diretoria da seccional uma manifestação formal sobre o caso que vem tendo grande repercussão, assinada pela vice-presidente da Abracrim, Thaise Mattar Assad, e pela Diretora da Comissão da Advogada Criminalista da entidade, Marcia Leardini Dresch.
Durante a reunião, o grupo também mencionou que recebe as manifestações feitas contra as profissionais que atuam para a aplicação da Lei Maria da Penha como uma agressão diante do esforço constante em aplicar o direito de maneira séria.
“Para aqueles que aplaudem a incitação à violência, a atuação de advogados e advogadas que postulam pela aplicação da Lei Maria da Penha é tratada como sendo conluio com a mendacidade de mulheres que, na verdade não seriam vítimas de violência doméstica, mas aproveitadoras de promessas de proteção da lei”, descreve o documento. “A dignidade da pessoa humana, núcleo axiológico da Constituição da República, sofre grave aviltamento”, acrescenta a carta.
O presidente da OAB Paraná também citou princípios constitucionais ao se referir ao tema. “A igualdade, prevista na Constituição, deve ser sempre a busca de toda a sociedade para promover o bem-estar social, a dignidade e o respeito”, pontuou Telles.
A vice-presidente da seccional ressaltou a importância da aproximação entre as instituições para pautas tão relevantes como o combate à violência de gênero. “Precisamos unir esforços, criar uma rede para encarar os fatos com seriedade. Temos de unir todas as energias que pudermos para mudar essa realidade. As advogadas criminalistas vivem tudo isso no cotidiano e elas só vêm reforçar a luta da OAB”, observou Marilena.