Uma delegação da OAB reuniu-se na manhã desta quarta-feira (12/2) com o secretário de segurança pública do Paraná, Rômulo Marinho Soares, para pedir melhoria na estrutura do Instituto Médico Legal (IML). O pleito tomou por base a visita técnica feita por dirigentes da OAB Maringá ao IML local no dia 5 de fevereiro. Na ocasião, a presidente Ana Cláudia Pirajá Bandeira e outros representantes da subseção se reuniram com a chefe da seção do IML de Maringá, Jaqueline de Moura, com a médica perita legista Lygia Bertalha Yaegashi e com a agente de perícia, auxiliar de necropsia, Stefani Castilhos.
O objetivo da visita foi verificar as condições de estrutura física, técnica e de pessoal do IML local. “Infelizmente, apesar de todo esforço da chefe da seção do IML e de sua equipe para oferecer o melhor atendimento à população, falta estrutura física, pois o prédio apesar de relativamente novo já apresenta problemas estruturais”, ponderou a presidente da OAB Maringá.
Precariedade
Na reunião com o secretário de segurança, autoridades da SESP e deputados estaduais — da qual também participaram o presidente da OAB Paraná, Cássio Telles; o secretário-geral da seccional, Rodrigo Rios, o assessor da presidência, Ricardo Miner Navarro — Ana Cláudia detalhou os problemas verificados in loco.
O caso do feminicídio da bailarina e universitária Maria Glória Poltronieri Borges, 25 anos, em Mandaguari, motivou a iniciativa. O corpo da estudante foi encontrado na área rural da cidade, que fica no norte do Paraná, com sinais de violência sexual. A mãe e a irmã de Maria Glória acionaram o IML de Maringá e tiveram de esperar longo tempo até a chegada da equipe.
Referência
Para Ana Cláudia, Maringá poderia ser referência em perícia técnica se o IML fosse dotado dos laboratórios de química e de patologia necessários. “Temos uma universidade pública de ótimo nível, só falta a estrutura e a conexão dos serviços. Portanto, exercendo nosso papel de ser a voz do povo, como diz o nosso presidente, a OAB apresenta pedido de melhoria do IML de Maringá”, disse a advogada.
O secretário ouviu os pedidos, citou a questão da limitação de recursos e destacou que está trabalhando, sobretudo, para mudar a cultura de sucateamento. “Para terem uma ideia, não há contrato de manutenção das geladeiras, diferentemente do que fizemos com os caros equipamentos de pet scan recém-comprados”, afirmou. O grupo também discutiu a limitação legal de técnicos em atuação no IML, cogitando inclusive uma alteração legislativa. O secretário de segurança publica, Coronel Rômulo solicitou um prazo de três meses para corrigir as falhas estruturais e já está enviando pessoal para completar a equipe para que as melhorias sejam realizadas.