A programação do período da tarde, na III Conferência Estadual da Mulher Advogada, começou com uma palestra da presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Cristiane Damaceno, em que contou sua história de vida e suas experiências para estimular que as mulheres em espaços de poder não desistam diante das dificuldades.
Cristiane Damasceno falou sobre a questão da identidade, como ela é forjada pelo nosso passado, e o quanto é importante para a dirigentes se cercarem de pessoas em quem realmente podem confiar, que conheçam as vulnerabilidades de cada uma e formem uma rede de apoio.
A presidente da seccional conclamou que as mulheres da OAB ajudem umas à outras. “Tem muita coisa acontecendo e estamos aqui. Vamos abrandar os nossos corações. Não é fácil carregar tudo isso, mas estamos pagando o preço por uma responsabilidade geracional”, disse. “Toda vez que estiverem tristes e desanimadas, pensem: prosseguir sempre, desistir jamais”, ensinou.
Cristiane Damasceno contou como foi a aprovação da lei que inclui o assédio sexual e moral na lista de condutas passíveis de punição que consta do Estatuto da Advocacia e da OAB. “Criamos um movimento no Brasil inteiro, aprovamos por unanimidade no Conselho Federal e em 80 dias aprovamos no Parlamento”, contou.
Segundo ela, essa lei foi resultado da união entre as mulheres. “A gente não consegue construir absolutamente nada se não estivermos juntas. O tipo de régua quando as mulheres estão no espaço de poder é diferente dos homens. Vamos, entre nós, diminuir a régua”, convocou.
Paraná
A secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa do Paraná, Leandre Dal Ponte, encerrou o painel apresentando políticas sobre o tema que vêm sendo desenvolvidas no estado.
Leandre iniciou destacando a atuação da presidente da OAB Paraná, Marilena Winter. “Eu olho para vossa excelência e vejo em você uma mulher que brilha. Mas seu brilho não ofusca nenhuma de nós, é um farol para mostrar qual caminho devemos seguir”, afirmou a secretária de Estado.
Ela pontuou marcos históricos no âmbito estadual na questão normativa relacionada às mulheres, o primeiro deles é a criação da própria secretaria da qual ela está à frente. Outro avanço foi a criação do Fundo Estadual dos Direitos da Mulher, que garante o suporte financeiro ao planejamento, implantação, execução de planos, programas e projetos voltados à promoção e defesa dos direitos das mulheres.
A secretária também citou uma medida adotada no âmbito da administração estadual, com a criação de 10 medidas que valorizam a servidora, como criação da Ouvidoria da Mulher Servidora.
Leandre falou ainda sobre os desafios para aprovar leis relacionadas ao tema e sobre a necessidade de mais paridade de gênero no Legislativo. “Não é fácil trabalhar a questão legislativa em um ambiente em que não existe paridade. Se tivéssemos paridade, as leis que estão sendo votadas não seriam as mesmas. As prioridades seriam outras”, ponderou.