Congresso da Primavera debate cidadania e importância do voto

Com bom humor e momentos de descontração teve início na manhã desta segunda-feira (4), no Teatro Bom Jesus, em Curitiba, o 4º Congresso da Primavera. O evento, que deverá acontecer também em outras cidades do estado, é uma promoção conjunta da OAB Paraná, por meio da Comissão de Responsabilidade Social e Política, presidida pela advogada Zuleika Giotto, com o Tribunal Regional Eleitoral no Paraná (TRE-PR), Escola Judiciária Eleitoral do TRE (EJE) e FAE Centro Universitário.

O evento tem objetivo de debater qual o recado das manifestações que tomaram as ruas do país e quais mudanças que a sociedade espera. Uma seleção de imagens de manifestações foi exibida na abertura do Congresso que se estende com debates até às 19 horas desta segunda-feira. 

O presidente do TRE-PR, desembargador Rogério Coelho, destacou a importância do congresso para despertar o interesse pelas situações eleitorais e pela justiça eleitoral. “A vida em sociedade é uma exigência da natureza humana e é importante despertar o interesse pelo processo eleitoral como um todo. Espero que as sementes aqui plantadas floresçam e possam dar bons frutos”, disse o desembargador.

Para o diretor da EJE, desembargador Edson Luiz Vidal Pinto, “nunca é demais frisar que a democracia é  igualdade de oportunidades. Democracia exige exatamente o voto como maior arma para que o homem e a mulher possam escolher seus representantes”, comentou na abertura do evento. 

O presidente da Seccional, Juliano Breda, lembrou que a manifestação efetiva popular é aquela que ocorre de dois em dois anos no Brasil. “É ainda a maior forma de transformar uma sociedade. É ainda o melhor instrumento para mudarmos algo. Votar com mais conscientização política. Precisamos conhecer a vida, a biografia dos candidatos e as suas propostas”, afirmou Breda. O presidente da OAB Paraná também criticou a violência das manifestações que “vandalizaram as expectativas” e afastou muitas pessoas. “A OAB sempre esteve à frente em movimentos pela democratização, como na época da Ditadura Militar, no Impeachment do presidente Collor, sem medo de enfrentar a arbitrariedade, sem precisar usar máscaras, codinomes, pedras, paus e vinagre. Sempre esteve com identidade e RG”, salientou Breda, em referência à violência usada pelos chamados black bocks nas manifestações. 

O reitor da FAE Centro Universitário, frei Nelson José Hillesheim, disse que o evento tem importância ao propor aos acadêmicos um momento significativo e diferenciado para o desenvolvimento do senso crítico.

Após a abertura solene, o evento foi conduzido pelo humorista Marco Zeni, e na sequência a professora Ana Maria Pereira Mendes propôs a ocupação do Teatro, em uma proposta de interação entre todos os presentes. 

Na primeira palestra do evento: Educação e Cidadania – A  MPB Cantada & Contada Via Protestos  no Brasil, com os professores André Filipe Reid dos Santos, do Espírito Santo, e Luciana Worms, de Curitiba, foi abordada a visão de apatia da sociedade brasileira e a não ocupação do espaço público para movimentos políticos a como isso se reflete na música popular brasileira. “O estado extremamente repressivo atuante na história do Brasil, com a ideia de criminalização da política, tira a sociedade do espaço público como palco político”, explicou Santos, destacando a não consolidação da ideia de apatia da sociedade brasileira, que ocupa o espaço público para festas e feiras, mas não para o debate político, por motivos históricos, como o enforcamento de Tiradentes, entre outros. 

Confira o que ainda está previsto na programação do 4º Congresso da Primavera: 
13h45 – Meio Ambiente, Mobilidade Urbana e Cidadania

16h15 – Mídias, Eleições e Cidadania

19h15 – Encerramento: Mensagem que os movimentos sociais de junho deixam para a mudança na política brasileira

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