Autoridades estaduais e municipais serão comunicadas entre hoje (9) e a semana que vem sobre as péssimas condições de atendimento aos presos das Delegacias de Pinhais e São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A carceragem das duas unidades foi vistoriada nesta quinta-feira (8) pela Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná. Em Pinhais, onde a capacidade das celas é para 16 pessoas, estão 61 detentos, entre eles, 12 condenados e três adolescentes. Em São José dos Pinhais, estão 119 presos em celas para apenas 36.
A situação em Pinhais é tão precária que os presos dormem por revezamento, pois não há espaço para todos dormirem ao mesmo tempo. Dezesseis presos são mantidos no corredor, que permanece continuamente alagado por causa da precariedade das instalações de água e esgoto. Até há poucos dias, os presos que permanecem nos corredores, não tendo acesso aos sanitários das celas, tinham que evacuar em sacos plásticos e urinar em garrafas pet. O delegado Agenor Salgado Filho, que assumiu há duas semanas o posto, tenta amenizar a situação mantendo as celas abertas. Vários presos estão com problemas de micoses de pele, sarna, piolho, asma e bronquite. Dois presos disseram que estão com fraturas no braço e na perna.
Os integrantes da comissão também constataram que a área externa da delegacia oferece perigo à população. Além de estar situado bem no centro de Pinhais, o terreno está ocupado com aproximadamente 50 veículos abandonados, tomados pela sujeira, favorecendo a proliferação de mosquitos.
Em São José dos Pinhais, o ambiente é propício para proliferação de doenças. O local é muito úmido, cheira a mofo, a água verte pelas paredes. Os presos contam que há baratas e aranhas nas celas, e ratos nos ralos, relata a advogada Izabel Kugler Mendes, que fez a vistoria junto com outros integrantes da comissão. Também há falta de ventilação e não existe solário.
Segundo Izabel Mendes, os presos mostram as pernas cheias de feridas por causa das doenças de pele. Um rapaz disse que tem câncer de pâncreas e não está recebendo atendimento médico. É uma situação de insalubridade total, disse. Também participaram da vistoria os advogados Lauro Antonio Schleder Gonçalves, Gabriel Medeiros Régnier e Emmanuel Aschidamini David.