Conselho Federal da OAB elege nova diretoria; Paraná é representado por Noronha

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil elegeu na noite de quinta-feira (31/1) sua nova diretoria. O advogado fluminense Felipe Santa Cruz é o novo presidente nacional da OAB. Também foram eleitos Luiz Viana Queiroz, como vice-presidente; José Alberto Ribeiro Simonetti Cabral, como secretário-geral; Ary Raghiant Neto, como secretário-geral adjunto; e José Augusto Araújo de Noronha, como diretor tesoureiro.

Com Noronha, que presidiu a seccional paranaense da Ordem na gestão 2016-2018, o Paraná volta a ter assento na diretoria. Ele atuará no mesmo cargo ocupado por Roberto Busato na gestão 1998-2000. Catarinense de Caçador, mas paranaense por opção, tendo escolhido a cidade de Ponta Grossa para exercer a advocacia, Busato também presidiu a OAB Nacional de 2004 a 2006. O Paraná também foi bem representado na diretoria do Conselho Federal pelo advogado londrinense Alberto de Paula Machado, que ocupou a vice-presidência na gestão 2010-2012

Reconhecimento

“A eleição do presidente Noronha simboliza o reconhecimento da excelência do trabalho realizado pela seccional paranaense. Ganhará o Conselho Federal pela competência do novo tesoureiro. É um orgulho para a advocacia paranaense”, destacou o presidente da OAB Paraná, Cássio Telles.

“Quero dizer ao meu amigo irmão, Felipe Santa Cruz, que a nossa caminhada foi conjunta. Poderíamos comemorar muitas conquistas, mas a maior de todas foi a união que tivemos nesse período de três anos. Felipe foi incansável nesse trabalho para me ajudar no Colégio de Presidentes para construir essa união. Espero que nos próximos três anos eu possa devolver um pouco o que vocês fizeram por mim. Felipe Santa Cruz será sem dúvida um grande presidente da OAB”, afirmou Claudio Lamachia, presidente nacional da Ordem na gestão que acaba de ser encerrada.

Passagem

“Quem assume essa cadeira não pode substituir. Há cargos que são passíveis de substituição; em outros, no máximo, somos sucessores. Aqui assumo uma parcela do comando dessa nau, esperando que o tempo que se apresenta à frente melhore, porque isso é o que sonhamos para a sociedade brasileira. Não há país que possa progredir no conflito. O país precisa de técnica, de rotina e de respeito. O primeiro compromisso é seguir marchando, trabalhando. A sociedade precisa de uma Ordem que tenha a força de dizer que aqueles que não têm voz, terão a voz do Conselho Federal da OAB. Aqueles que estão frágeis, terão a voz das mais de oito décadas dessa instituição para lhes defender. Aqueles que acham que o processo civilizatório terá interrupção, terão a voz da Ordem; ainda que seja a custo alto, a custo de enfrentarmos, porque coragem não nos falta”, disse o presidente eleito.

A conselheira federal pelo Rio Grande do Sul e Medalha Rui Barbosa, Cléa Carpi da Rocha, presidiu os trabalhos do Colégio Eleitoral. “Este momento tem um significado muito especial para todos nós, para a advocacia nacional, pois há pouco, em novembro, comemoramos 88 anos de criação da nossa OAB, que está na gênese do estado constitucional vigente hoje, com a denominada Constituição Cidadã. Nossa entidade esteve presente na vanguarda das lutas cívicas que propiciaram a redemocratização do país, a anistia, processo do qual tive a honra de participar, o fim da censura, o restabelecimento de eleições diretas em todos os níveis, a liberdade de plena organização partidária e, por fim, a Assembleia Nacional Constituinte”, afirmou ela.

História

A conselheira também expressou sua alegria por testemunhar a solenidade. “É uma emoção, tão grata à sua alma, pela coincidência que neste pleito se encerra o mandato de um colega que me é muito caro, o presidente Claudio Lamachia, com o qual partilhei desde a seccional do Rio Grande do Sul trabalho, sonhos e esperanças de que um mundo justo é possível. Sua presidência foi caracterizada por firmeza, equilíbrio, coerência, coragem nos enfrentamentos quando a cidadania clamava sua atuação”, completou Cléa Carpi.

Composição

A nova diretoria do CFOAB

Felipe Santa Cruz

Tem 46 anos e é ex-presidente da OAB-RJ, onde ficou por dois mandatos seguidos. Também foi presidente da Caixa de Assistência aos Advogados do Rio de Janeiro. Se formou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e tem mestrado em Direito e Sociologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Luiz Viana Queiroz

Tem 56 anos, ocupou a presidência da Seccional da Bahia por dois mandatos seguidos, antes de compor a chapa com Felipe Santa Cruz para o comando da OAB Nacional. É a primeira vez que um baiano vai participar da diretoria nacional da entidade. Luiz Viana é formado em direito pela Universidade Federal da Bahia, possui especialização em Direito Eleitoral, Municipal, Público e Cível e é procurador do Estado da Bahia, além de professor licenciado de Direito da Universidade Católica do Salvador.

José Alberto Simonetti

Tem 40 anos e ocupou o cargo de Conselheiro Federal pelo Estado do Amazonas. Foi ainda ouvidor-geral da OAB durante a gestão do presidente Marcus Vinícius Furtado (2013-2015) e diretor da Escola Nacional da Advocacia (ENA) na gestão que acaba de ser encerrada.

Ary Raghiant Neto

Tem 49 anos, ocupou o cargo de Conselheiro Federal pelo Estado de Mato Grosso do Sul. Durante o triênio 2016-2018 foi designado como o representante da OAB no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Presidiu também a Comissão Nacional de Legislação do CFOAB.

José Augusto Araújo de Noronha

Tem 46 anos, foi presidente da Seccional do Paraná durante o triênio 2016-2018. Antes de chegar à diretoria do Conselho Federal da Ordem ele também presidiu a Caixa de Assistência dos Advogados (CAA-PR), foi conselheiro estadual e membro de várias comissões da Seccional, como a de Defesa dos Honorários Advocatícios e de Estabelecimentos Prisionais.