“Não é hora de jogar nem de arriscar”, diz o presidente da OAB Paraná

O presidente da OAB Paraná, Cássio Telles, recebeu com perplexidade as declarações feitas há pouco, na noite desta terça-feira (24/3), pelo Senhor Presidente da República. “Inacreditável o que vimos no pronunciamento. Não é hora de jogar nem de arriscar. Em artigo que acaba de ser publicado pela Gazeta do Povo escrevi que é preciso cobrar firmeza, equilíbrio e respeito às opiniões técnicas de profissionais da área da saúde, além de união e seriedade das nossas autoridades. O que vimos no pronunciamento vai em sentido oposto. Só trouxe insegurança e divisão num momento tão delicado. Quanta irresponsabilidade!”, afirmou Telles.

No artigo de sua autoria (leia aqui a íntegra) o presidente da OAB Paraná destacou que “não estamos em tempos de gracejos ou de especulações”. A seriedade, argumentou, deve dar o tom e espera-se dos governantes planejamento que leve em conta quadros que ainda poderão vir, embora o otimismo na melhora da situação deva sempre alimentar nossas esperanças.

O texto defende ainda que é fundamental que a sociedade siga à risca todas as recomendações, especialmente as de isolamento para evitar contágio comunitário, bem como os cuidados preventivos no dia a dia, que vêm sendo divulgados. “A sociedade deverá se organizar de tal maneira que o egoísmo de uns não venha a prejudicar outros, como ocorre na compra exagerada de mantimentos e medicamentos”, afirma um trecho do artigo.

Tecnologia

Telles lembra ainda que a tecnologia proporcionada pela informática deve ser explorada à exaustão, com trabalho remoto, atendimentos por plataformas digitais, reuniões em ambientes virtuais, dentre outros instrumentos. Na área da Justiça, pontuou, todos os operadores têm um enorme compromisso, “porque ela é um serviço público de primeira necessidade, e o grande desafio é continuar prestando esse serviço”.

Para o presidente da OAB Paraná, o uso da criatividade é essencial para se evitar o colapso econômico. “O universo digital irá não só nos ajudar, mas oferecer o suporte para acompanharmos o desenrolar da crise. Mais ainda: será por meio da tecnologia que o país continuará funcionando. Não deveremos nos esquecer da solidariedade nesses dias. Uns sofrerão mais os impactos da crise, outros menos; então, uma característica que sempre marcou o povo brasileiro, a fraternidade, deverá mais do que nunca ser exercitada”, exortou.