Dirigentes da OAB Maringá estiveram nesta quarta-feira (5) no Instituto Médico Legal (IML) da cidade para uma visita técnica. A presidente da subseção, Ana Cláudia Pirajá Bandeira, o secretário-geral Everton Caldera, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Henrique Augusto Pires da Silva Assis Machado, e o presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), coronel Antonio Tadeu Rodrigues, se reuniram com a chefe da seção do IML de Maringá, Jaqueline de Moura, com a médica perita legista Lygia Bertalha Yaegashi e com a agente de perícia, auxiliar de necropsia, Stefani Castilhos.
O objetivo da visita foi verificar as condições de estrutura física, técnica e de pessoal do IML local. “Infelizmente, apesar de todo esforço da chefe da seção do IML e de sua equipe para oferecer o melhor atendimento à população, falta estrutura física, pois o prédio apesar de relativamente novo já apresenta problemas estruturais, falta equipamento para laboratório e outros equipamentos médicos, que se tivéssemos aqui no IML as análises poderiam ser feitas aqui sem a necessidade de encaminhamento para Curitiba, o que aceleraria o tempo para conclusão do laudo. Falta equipe humana, médicos, agentes, auxiliares. Enfim, a situação é precária e precisa ser vista pelo governo do estado”, ponderou a presidente da OAB Maringá.
A OAB solicitou à chefe de seção do IML um relatório da estrutura da unidade, apontando os valores repassados, a quantidade de pessoal para trabalho e equipamentos existentes, inclusive sem uso, pelo fato de o prédio não comportar a instalação. “Vamos levar todos esses dados para quem de direito e cobrar melhorias. Hoje o IML funciona de forma precária, não tem equipe suficiente para atender de forma digna o contribuinte, a sociedade. A equipe que lá está precisa de apoio, precisa de ajuda, precisa de condições de trabalho”, ponderou Ana Cláudia.
Maria Glória
O caso do feminicídio da bailarina e universitária Maria Glória Poltronieri Borges, 25 anos, em Mandaguari, motivou a iniciativa. O corpo da estudante foi encontrado na área rural da cidade, que fica no norte do Paraná, com sinais de violência sexual. A mãe e a irmã de Maria Glória acionaram o IML de Maringá e tiveram de esperar 6 horas até a chegada da equipe.
A dificuldade de atendimento foi reportada à OAB Maringá, que decidiu criar uma comissão permanente para cobrar um aparelhamento policial que permita um combate efetivo da impunidade e também para promover ações de orientação às vítimas.
No último sábado, a OAB Maringá tomou parte de uma manifestação em memória da bailarina e em repúdio ao feminicídio. O ato, que reuniu milhares de pessoas, incluiu uma passeata pela Rua XV de Novembro e concentração próximo da Prefeitura da Cidade.
O assunto também foi discutido na última semana pelo presidente da OAB Paraná, Cássio Telles, e pelas advogadas Helena Rocha e Sandra Lia Barwinski, respectivamente presidente e vice-presidente da Comissão de Estudos de Violência de Gênero (Cevige) da seccional (relembre aqui)