Um caso de feminicídio ocorrido em Mandaguari deixou consternada a população da região no último fim de semana. O corpo da bailarina e universitária Maria Glória Poltronieri Borges, 25 anos, foi encontrado na área rural da cidade, que fica no norte do Paraná, com sinais de violência sexual.
Depois de encontrar o corpo da jovem perto de uma cachoeira, a mãe e a irmã acionaram o Instituto-Médico Legal (IML) de Maringá. Tiveram de esperar 6 horas até a chegada da equipe. Seis horas de dor e agonia com o corpo de Maria Glória nos braços. A dificuldade de atendimento foi reportada à OAB Maringá, presidida pela advogada Ana Cláudia Pirajá Bandeira. “A falta de estrutura foi o motivo alegado pelo IML para a demora. Por conta disso, decidimos criar uma comissão permanente para cobrar um aparelhamento policial que permita um combate efetivo da impunidade e também para promover ações de orientação às vítimas. Só assim podemos enfrentar a violência”, destacou.
O assunto também foi discutido na manhã desta terça-feira (28/1) pelo presidente da OAB Paraná, Cássio Telles, e pelas advogadas Helena Rocha e Sandra Lia Barwinski, respectivamente presidente e vice-presidente da Comissão de Estudos de Violência de Gênero (Cevige) da seccional.
Para os advogados, a atuação do IML deixou desamparada a família em um momento de extrema fragilidade e dor. “O IML, como estrutura da polícia técnica, é fundamental para a investigação de crimes de gênero com violência sexual. O instituto não pode ser mero emissor de atestados e laudos. Ao contrário, deve subsidiar as investigações e, para tanto, necessita de número adequado de médicos, peritos, servidores e também de equipamentos”, afirma Telles.
A família de Maria Glória fará, no próximo sábado (1º de fevereiro), em Maringá, onde vive, uma passeata em memória da jovem e em repúdio ao feminicídio. Será às 16h, na Praça da Prefeitura. O caso segue sob investigação da Polícia Civil de Maringá.