Campanha da OAB Paraná recolhe duas toneladas de lixo eletrônico

A OAB Paraná recolheu nesta quarta-feira (7) duas toneladas de lixo eletrônico. A ação ocorreu por iniciativa das comissões do Pacto Global da ONU  e de Direito Ambiental,  e foi realizada pela ONG londrinense E-letro. A equipe da empresa apurou que 20% do material recolhido hoje é passível de recuperação. O restante do material será reciclado.

“Isso tem uma importância muito grande em vários aspectos. Do ponto de vista ambiental,  estes resíduos eletrônicos não são descartados corretamente e acabam poluindo a água e o solo, por possuírem metais pesados. Outro aspecto importante é que estes equipamentos, quando são corretamente reciclados, geram emprego e renda para várias famílias que vivem da reciclagem. O que não serve para muitas pessoas gera emprego e renda, além de fazer bem para o meio ambiente”, destacou o presidente da Comissão de Direito Ambiental, Alain Stefanello.

Ação permanente

De acordo com a diretora da Caixa de Assistência dos Advogados (CAA-PR), Julia Gladis Lacerda Arruda, a ideia é manter na OAB um recipiente para receber permanentemente novas doações. “Acho que é uma iniciativa muito importante, porque o meio ambiente está pedindo socorro. É importante que uma instituição do gabarito da nossa OAB esteja participando de uma proposta importante como esta, para que se tire o material do meio ambiente e se mantenha uma qualidade de vida”, disse.

A presidente da Comissão do Pacto Global, Jaqueline Lobo da Rosa, lembra que a OAB Paraná demonstrou em diversos momentos sua preocupação com a sustentabilidade. Foi a primeira a aderir ao Pacto Global da ONU e a primeira a criar uma comissão específica para o tema. “Este ato só vem corroborar todo o trabalho que a OAB vem fazendo. O recolhimento dos eletrônicos e sua destinação adequada contribui para o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Isso porque esses materiais têm metais pesados que, descartados na natureza, contaminam o solo e a água”, disse. A advogada também enalteceu o viés social da iniciativa. Os equipamentos recuperados serão doados para entidades sem fins lucrativos.

Reciclagem

De acordo com Alex Gonçalves, diretor na E-letro, além de evitar a poluição, alguns componentes eletrônicos podem ser reutilizados. “A maior parte, porém, é separada e destinada à reciclagem. Somente 6% do que coletamos não se presta ao reaproveitamento”, explica.

Foram recolhidos aparelhos de DVD, aparelhos de som, aparelhos de fax, aquecedores, ar condicionado, bateria de celular, cabos, caixa de som, câmera fotográfica, carregadores, celulares, computadores, conectores, CPU, HD, estabilizadores, fontes, impressoras monitores, notebooks, rádios, TVs e demais eletrônicos. De acordo com Gonçalves, a classificação é fundamental.  Pilhas, lâmpadas, disquetes, pendrives, fitas VHS e cassete – itens comumente trazidos em ações desse tipo — não são materiais eletrônicos. “Também devem ter descarte adequado, mas não são alvo de ações específicas para o recolhimento de eletrônicos”, lembra.

A ONG atua há dez anos. Nos primeiros tempos, coletava 5 toneladas/mês. Hoje a média é de 40 toneladas/mês. Para coletar e classificar o material, conta com 16 funcionários e voluntários em 90 municípios do Paraná. “Na maioria das cidades, atuamos com ações pontuais como essa promovida pela OAB Paraná. Em Rolândia, por exemplo, temos postos fixos suficientes e não precisamos de ações pontuais”, explica.

Movimento

Durante a manhã, dezenas de pessoas entregaram materiais. Uma delas foi a advogada Daniela Schmitt. “Tenho essa preocupação com o meio ambiente e já fiz descarte em outras ações. Desta vez recebi o aviso da campanha pelo Whatsapp e aproveitei para me dar a destinação correta aos eletrônicos acumulados”, conta.  O procurador de Justiça Marcelo Beck também participou da ação, descartando um monitor antigo e um aparelho de som. “Costumo guardar eletrônicos, pilhas, lâmpadas e medicamentos até que possa fazer o descarte correto”, relata.

Dulce Casarin, voluntária da E-letro em Curitiba, lembra que a região conta dois pontos fixos para coleta de materiais. Um deles é a ONG Bem pelo Bem, localizada na Rua Quari, 161, no Bairro São Francisco. Outro local é a Prefeitura de Piraquara. “O mais importante é que as pessoas se conscientizem e não descartem itens desse tipo no lixo comum”, ressaltou.