A OAB Paraná recebeu na manhã desta quarta-feira (5/9) a visita da governadora do Paraná, Cida Borghetti. Ao saudar a convidada, o presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, lembrou que as portas da OAB estão sempre abertas aos gestores públicos, como meio para manter o ambiente de diálogo franco do qual a advocacia lança mão para apresentar suas reivindicações. “São muitas as nossas bandeiras. No mês passado realizamos aqui uma caminhada pela paz, em memória da advogada Tatiane Spitzner, vítima da violência de gênero”, destacou.
Recebendo de Noronha a presidência da mesa à secretária-geral da seccional, Marilena Winter, saudou as mulheres presentes, especialmente as presidentes e integrantes de comissões, e ainda os participantes da I Conferência Nacional da Pessoa Idosa, em curso na seccional. Dirigindo-se à governadora, destacou: “Seja bem-vinda em nome das lideranças femininas. É uma honra receber a primeira mulher a ocupar a chefia do Executivo. Pela primeira vez nos 86 anos de sua história, a OAB Paraná recebe uma governadora. Temos o desafio de lutar contra a discriminação e a violência, especialmente a de gênero”, destacou.
Reivindicações
A secretária-geral e as presidentes de comissões da OAB entregaram à governadora uma carta pedindo que sejam priorizadas as questões de gênero na formulação de políticas públicas, tirado o tema de uma invisibilidade histórica. A presidente da Comissão de Estudos sobre Violência de Gênero, Sandra Lia Barwinski, apresentou dados da violência de gênero, destacando que o Paraná registrou, somente no primeiro semestre deste ano, 3025 boletins de ocorrência relativos ao tema.
Outro documento, um relatório compilado pela Comissão de Direitos Humanos a partir de oitivas com as famílias de presos, foi entregue a Lucia Maria Beloni Corrêa Dias, corregedora-geral do Departamento Penitenciário (Depen) ligado à recém-criada Secretaria Especial de Administração Penitenciária. “Doutora Lúcia têm dado grande atenção a todas as demandas, inclusive para o principal ponto levantado pelas famílias, que é o fim da revista vexatória das mulheres que visitam os presos”, lembrou Marilena Winter. “É um prazer poder lutar pelos homens e mulheres do Paraná, principalmente os encarcerados e as pessoas que cuidam deles”, ressaltou a corregedora-geral.
Representando o presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, conselheira federal por Sergipe Glícia Salmeron de Miranda destacou que “na era da pós-modernidade não podemos mais nos permitir o estabelecimento de distâncias entre as pessoas”. Ela destacou ainda que se orgulho da representatividade da OAB nos espaços públicos. “É uma das instituições que mais contribuem para a cidadania brasileira”, afirmou.
Inclusão
Ao tomar a palavra, a governadora saudou os presentes e cumprimentou a seccional pelos esforços em prol da inclusão que observou durante a visita. “Levo daqui uma lição. A inclusão é uma forma de reconhecer o talento e a cidadania de todos”, declarou. Cida Borghetti mencionou ações tomadas em atendimento às reivindicações da advocacia paranaense, como a aquisição de 25 scanners para as penitenciárias. O equipamento permite que a revista a quem visita os detentos seja feita com maior dignidade, eliminando a revista vexatória. Ela citou ainda as 2.500 vagas que passarão a integrar o sistema penitenciário até o fim do ano com a conclusão das obras de dois presídios em Piraquara – um feminino e outro masculino – e ainda com a unidade de Campo Mourão. Por fim, anunciou que dentro de dois meses será inaugurada a primeira Delegacia do Idoso no Paraná.
Também compuseram a mesa o coronel Hélio de Oliveira Manoel; o secretário especial de administração penitenciária; Graciela Marins, coordenadora-geral da ESA; Julia Gladis Lacerda Arruda, diretora da Caixa de Assistência dos Advogados do Paraná (CAA/PR); e a presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa da OAB Paraná, Rosângela Maria Lucinda.
