O Simpósio de Direito Ambiental, que tem como tema os 30 anos de proteção constitucional do meio ambiente, foi aberto na manhã desta terça-feira (26/6) no auditório da OAB Paraná com palestra magna do engenheiro florestal Miguel Milano. “É realmente necessário desmatar tanto?”, questionou. Para ele, é alarmante o baixo nível de discussão em torno da preservação ecológica.
Antes da palestra, na abertura solene do simpósio, o presidente da OAB Paraná deu as boas-vindas aos participantes e falou sobre os jardinetes recém-adotados pela seccional na vizinhança de sua sede. “Há quem diga que aquele homem-planta, enraizado no banco, é um advogado à espera de uma sentença”, disse, brincando, em alusão à obra de arte do artista Toni Reis.
O presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB Paraná, Alaim Stefanello, também saudou os presentes, deu mais detalhes sobre a adoção das áreas verdes e apresentou o conferencista.
Milano abriu sua apresentação tratando das florestas de araucária. “Minha vida, meu nascimento, crescimento, minha profissão, giram em torno das florestas de araucária, que hoje não somam mais que um hectare de vegetação”, lastimou.
“Já li e reli a Constituição diversas vezes. Revi novamente para esta palestra e fiquei abismado. Há muitos direitos e muito poucos deveres, o que se explica por ter vindo em um período pós-ditatura, no qual não havia direitos. Mas agora os que têm direitos aos montes, não têm tantos deveres assim”, afirmou.
Milano relembrou o Parque Nacional das Sete Quedas, extinto por conta da criação da Usina de Itaipu, por uma decisão do Judiciário e Executivo. Para o ambientalista, não se pode “descriar” uma área ambiental somente a partir de uma norma do Judiciário e Executivo. “É preciso diálogo”, defendeu.
O Simpósio segue até quinta-feira (28/6). Confira aqui a programação completa.