Conferência Estadual, em Maringá, apresentou a visão feminina sobre os grandes problemas da atualidade brasileira
A cidade de Maringá sediou em março a Conferência Estadual da Mulher Advogada, que teve como foco a discussão de temas nacionais sob a ótica das mulheres. O rol de palestrantes foi composto principalmente por advogadas, e contou também com a participação de personalidades femininas de outras áreas, como a jornalista Eliane Cantanhêde, que fez uma das palestras de abertura, sobre as perspectivas econômicas e políticas do Brasil. Eliane dividiu a tribuna com outra convidada especial, a advogada alagoana Fernanda Marinela, única mulher a dirigir uma seccional da Ordem atualmente.
Com a participação expressiva de integrantes de comissões da OAB Paraná e das subseções que trabalham o tema da mulher na advocacia, a conferência propôs discussões inovadoras. “O espaço do feminino no mundo é transformador. Esse encontro nos convoca a encontrar saídas para as diversas crises que enfrentamos, sejam relacionadas às questões de gênero, que atingem diretamente as mulheres, sejam ligadas a causas de toda a sociedade. Por isso a Comissão da Mulher Advogada, ao organizar esta programação, foi além dos temas exclusivamente circunscritos ao universo feminino. A meta aqui é, a partir do conhecimento construído por mulheres de diferentes áreas, em debate também com os homens, mostrar que somente juntos seremos capazes de encontrar caminhos para os grandes problemas sociais”, afirmou a secretária-geral da OAB Paraná, Marilena Winter.
A presidente da Comissão da Mulher Advogada, Luciana Sbrissia Bega, explicou que a conferência buscou destacar e estimular o protagonismo da mulher advogada. “É preciso repensar sobre tudo o que vem acontecendo em nossa sociedade e, por isso, convidamos para a noite de abertura duas grandes mulheres”, destacou. Luciana lembrou que a sustentabilidade foi uma preocupação presente na organização do evento: dos copos sustentáveis e da substituição da tradicional pasta por uma bolsa feita com retalhos até o crachá-semente. “Ele realmente simboliza o que queremos plantar de novo em nosso país”, disse.
O evento foi prestigiado pelos advogados. Ao saudar as conferencistas, o presidente da Seccional, José Augusto Araújo de Noronha, lembrou de Virgínia Naked, a única mulher no grupo de fundadores da seccional paranaense. “Aos poucos as mulheres foram ganhando espaço. Hoje são milhares. A luta pelos direitos da mulher tem origem na Revolução Industrial, no século XIX. Com o passar dos anos o grito de liberdade e igualdade foi se avolumando, impulsionado também pelas sufragistas que exigiram o voto feminino”, lembrou. Noronha citou Adélia Prado, Jane Austen, Virgínia Wolf, Nísia Floresta e outras intelectuais e ativistas que lutaram pelos direitos femininos.
Marcelo Costa, presidente da OAB Maringá, também deu as boas-vindas às participantes, destacando a importância da igualdade de direitos entre homens e mulheres, sobretudo no mercado de trabalho. “Na advocacia as mulheres já são praticamente 50%. E o protagonismo vem dessa força”, pontuou.