Uma solenidade realizada na Faculdade de Direito da Universidade Estadual do Norte Pioneiro abriu oficialmente o V Colégio de Presidentes de Subseções da gestão 2016/2018 da OAB Paraná – evento que na prática começou na manhã desta quinta-feira com o compromisso de 18 novos advogados da região.
Presidente da OAB Jacarezinho, o advogado Jaziel Morais destacou que esse é o momento mais marcantes dos 42 anos de história da subseção. “É um evento que eleva o prestígio e, ao mesmo tempo, nos dá forças para enfrentar com bravura os desafios da advocacia. Ter Jacarezinho como capital da advocacia nestes dias é algo só tornado possível graças ao empenho do presidente (José Augusto Araújo de) Noronha, um jacarezinhense de coração. Aqui nesta instituição universitária iniciei meus estudos na advocacia”, destacou ao dar as boas-vindas oficialmente aos colegas presidentes das demais 47 subseções da OAB no Paraná. Ao lado do presidente Noronha, Morais entregou uma láurea de homenagem ao advogado Celso Antônio Rossi (veja box abaixo).
Ao saudar os presentes, o presidente da Caixa de Assistência dos Advogados (CAA) da OAB Paraná, Artur Piancastelli, fez um balanço dos benefícios e serviços prestados pela instituição. E, como havia feito durante os trabalhos vespertinos, destacou que a anuidade da OAB pode ter custo zero para quem conhece e faz uso dos benefícios oferecidos, como as vacinas com desconto, o plano de saúde a preços atrativos e os projetos esportivos.
A conselheira federal Edni Arruda, que em agosto foi agraciada com a Medalha Vieira Netto, também tomou a palavra na solenidade. “Aqui em Jacarezinho estou fazendo uma viagem no tempo, vivendo saudades. Aqui estive muitas vezes para estar com um tio muito amado, agora nome de avenida: João Arruda. Mas quero aproveitar para lembrar Hanna Arendt, que na obra ´Respeito e julgamento´ defende ser impossível a atribuição coletiva de culpa porque onde todos são culpados ninguém o é”, destacou a advogada.
“Por isso falo aqui da nossa responsabilidade individual. Neste Brasil sofrido, de desigualdades e privilégios, é preciso que nós – advogados, promotores, magistrados – nos responsabilizemos pela reconstrução moral. Que possamos lutar por um Brasil melhor. Nosso país é maior do que o que estamos vendo neste momento. Essa é a resposta individual e intransferível que nos é demandada para termos um país mais justo e solidário”, completou.
Emoção
O presidente Noronha não escondeu a emoção de ocupar a tribuna como presidente da OAB Paraná na terra em que viveram seus avós. “Ao entrar nesse prédio me lembrei da despedida do meu avô José Fontes de Noronha da cidade, em 1979. Ele estava tão emocionado que meu pai teve de finalizar a mensagem que ele ensaiou fazer durante meses. Ele tinha quase 80 anos, na época e estava de mudança para Curitiba. Nunca deixou de atender quem quer que fosse e foram muitas as suas lutas em prol da saúde pública. Basta dizer que tinha mais de 300 afilhados para que saibam todos quem foi essa figura marcante na minha vida e na de todos os seus descendentes”, contou.
O presidente falou ainda do avô materno, nascido no sertão paraibano, mas que também fincou raízes em Jacarezinho, onde construiu uma casa de saúde que foi referência na cidade. “A vida desses homens influencia muito a minha. Me sinto também um filho de Jacarezinho, lugar onde passei dias felizes da infância e da adolescência. Dias em que esta faculdade, ao lado de poucas outras, era referência no Paraná. Há uma semana eram 90 faculdades de Direito no estado. Hoje são 91, pois uma nova instituição com o curso surgiu”, mencionou fazendo um contraste do Paraná de seus avós com o tempo presente.
Data
A alegria de ter Jacarezinho como centro da advocacia paranaense somou-se ao aniversário da eleição para a OAB Paraná. “Há exatos dois anos recebíamos os votos de 75% dos advogados do Paraná, que nos confiaram a defesa da Constituição, do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e a boa aplicação das leis. A advocacia não transige com a corrupção, mas também não transige com o Estado Democrático de Direito. Isso apesar dos desafios como a redução do mercado e a tendência negativa de advogados trabalhando com metas e números e não com o cidadão”, afirmou, sob aplausos.
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Celso Antônio Rossi recebe láurea de homenagem
O advogado Celso Antônio Rossi, um dos fundadores da Faculdade de Direito que acolheu a solenidade de abertura do V Colégio de Presidentes de Subseções, foi homenageado com uma láurea entregue pelo presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, e pelo presidente da OAB Jacarezinho, Jaziel Morais.Aos 82 anos de idade, Rossi não leciona mais, mas segue na advocacia, onde soma 59 anos de experiência. "Atuei sempre em Jacarezinho. Só saí daqui para me formar na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Nossa faculdade aqui é mais recente, tem 34 anos", contou.
No discurso de agradecimento pela homenagem, Rossi desfiou fatos da vida pública de Jacarezinho, alguns deles protagonizados pelos avós médicos do presidente Noronha: Abdon Augusto de Araújo e José Fontes de Noronha.
