O Poder Judiciário começou a apostar na capacitação de líderes religiosos para atuarem como mediadores judiciais, atingindo dois objetivos: a ampliação do acesso da população ao Judiciário e impedir que as demandas que podem ser resolvidas por meio da conciliação acabem desaguando na Justiça, onde a solução pode demorar anos.
O programa “Mediar é Divino”, criado em 2016 pelo juiz Paulo das Neves, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), foi adotado pelos tribunais do Distrito Federal e dos Territórios (TJ-DFT), do Paraná (TJ-PR) e do Mato Grosso do Sul (TJ-MS), e já formou as primeiras turmas de líderes religiosos conciliadores e mediadores. O curso tem 40 horas de aulas teóricas e 80 horas de aulas práticas. Depois de capacitados, o próximo passo é instalar em ambientes religiosos um espaço para a conciliação, com auxílio e fiscalização do tribunal.
No Paraná, a primeira turma, formada por 21 representantes das comunidades católica, evangélica, espírita e afro-espírita concluiu o curso de capacitação no dia 9 de junho deste ano. Para a desembargadora Lídia Maejima, a capacitação dos religiosos permitirá a diminuição dos conflitos, deixando para o Judiciário aquelas causas mais complexas ou que necessitem, de fato, de uma intervenção judicial.
Outros tribunais como os de Pernambuco (TJ-PE) e do Ceará (TJ-CE) manifestaram interesse em fazer visitas técnicas para conhecer o programa do tribunal goiano. As embaixadas de Angola e Guiné-Bissau também se preparam para fazer o curso com intenção de implantar o programa.
Com informações do Conselho Nacional de Justiça.