No ano em que se comemora os 85 anos da conquista do voto feminino, a ministra propôs uma reflexão se há, de fato, motivos para celebrar o Dia Internacional da Mulher. “Há 85 anos, a mulher ganhou o direito ao voto. E qual o resultado que temos? 9,9% de mulheres no parlamento”, lamentou.
“Quando a analisamos a eleição de 2014, apenas uma mulher foi eleita governador. E por que essa mulher foi eleita? Porque seu marido teve a candidatura impugnada e ela assumiu. Este é um fenômeno corriqueiro. Convivemos nesta realidade sem nos darmos conta de que somos criadas de formas distintas”, pontuou.
Na avaliação de Luciana Lóssio, a consciência sobre a cultura do gênero foi tardia em nossa sociedade. “É curioso, porque quando analisamos os dados vemos que o fato é que não nos damos conta disso. No nosso dia a dia, homens e mulheres estão em condições igualitárias, mas à medida que vamos alçando cargos de maior poder as mulheres vão diminuindo. Quando analisamos o Brasil no cenário mundial, ocupamos um lugar desonroso. Estamos atrás de todos os países da América do Sul no que toca a representatividade feminina”, ressaltou.
“A nova geração vem trazendo uma nova visão. Nós, mulheres, somos tão competentes quanto os homens, portanto, vamos exigir esta igualdade. Vamos trazer a premissa para a prática. As mulheres representam 44% de filiados aos partidos políticos. É preciso que se dê espaço, que se viabilize que as mulheres sejam candidatas de fato”, defendeu. “Vamos escrever um novo capítulo na história”, ressaltou.
O evento contou ainda com a presença da presidente da Comissão de Direito Eleitoral, Carla Karpstein, que abriu os debates, enaltecendo a importância da representatividade feminina. A presidente da Comissão da Mulher Advogada, Luciana Sbrissia, também frisou a necessária mudança cultural em nosso modelo de sociedade. O evento também contou com o apoio do Instituto Paranaense de Direito Eleitoral (IPRADE).